“This is an acknowledgement that we are acting, for what else can we do in such a setup?”: Margaret Atwood’s The Handmaid’s Tale in light of Goffman’s Dramaturgy
This dissertation analyzes Margaret Atwood’s The Handmaid’s Tale, a novel set in a theocratic
patriarchal society which employs an omnipresent and dissimulated surveillance of its citizens,
through the Dramaturgical theory of social interaction formulated by the Canadian-American
sociologist Erving Goffman, as presented in his work The Presentation of Self in Everyday Life.
By exploring how the dystopian dictatorial regime of Gilead forces its citizens into submitting to
a role imposed by those in power, it stands out that most individuals will perform their assigned
role only as faithfully as the powerful audience they are in front of at that specific moment
requires it to be. Most characters are cynical about their public performances and try to covertly
go against what is expected of them by whatever means they can, avoiding being caught
subverting those expectations and suffering the consequences their disobedience would bring.
The most effective form of defiance proves to be enacted through “team-performances”, a term
devised by Goffman which designates the cooperation between two or more people invested in
keeping a performance common to all involved, particularly when that performance has some
sort of secret that must be kept from general knowledge. It is by apparently adapting herself to
what Gilead expects of her and rebelling silently that Offred, the protagonist, manages to survive
and escape her oppressors, unlike other characters who openly revolt against the regime, proving
how important it is to perform a role convincingly any society.Esta dissertação analisa a obra The Handmaid’s Tale, de Margaret Atwood, através da teoria da
Dramaturgia estabelecida pelo sociólogo Canadiano-Americano Erving Goffman na sua obra The
Presentation of Self in Everyday Life, tendo em conta que este romance tem como plano de
fundo uma sociedade teocrática patriarcal que põe em ação uma vigilância omnipresente e
dissimulada dos seus cidadãos. Ao explorar a forma como a ditadura distópica de Gilead força os
seus cidadãos a submeterem-se a um papel social imposto por aqueles que detêm o poder, é
possível concluir que a maioria dos indivíduos representa e leva a cabo o papel social que lhe foi
atribuido apenas tão fielmente quanto é esperado pelos espectadores em frente dos quais se
encontra num determinado momento. A maioria das personagens representa o seu papel social de
forma cínica quando está em público e, secretamente, tenta subverter o que o regime espera dele
de forma dissimulada, evitando sofrer as consequências que a sua desobediência traria. A forma
mais eficaz de oposição é posta em prática através de “team-performances”, um termo formulado
por Goffman para designar a cooperação entre duas ou mais pessoas que partilham uma
representação, principalmente se essa representação tem por base um segredo que não deve ser
de conhecimento geral, apenas partilhado por quem a constitui. Em vez de seguir o exemplo de
outras personagens que mostram de forma aberta a sua oposição contra Gilead, a protagonista,
Offred, consegue sobreviver e escapar ao adaptar-se, pelo menos aparentemente, ao que a
sociedade espera dela e ao rebelar-se apenas de forma silenciosa, provando o quão importante é
representar um papel social de forma convicente em qualquer sociedade