Estudo da Rigidez Arterial pelo Método da Velocidade de Onda de Pulso no Envelhecimento e na Espondiloartrite Axial

Abstract

As doenças cardiovasculares (CV’s) são a principal causa de mortalidade, com a rigidez arterial como marcador determinante de risco CV, que pode ser avaliada pela técnica gold-standard da velocidade da onda de pulso do segmento carótido-femoral (VOPcf). Em estudos anteriores, foi confirmado o aumento da rigidez arterial com o envelhecimento, assim como com a perda de massa muscular (uma característica da sarcopénia) e em indivíduos com Espondiloartrite Axial (Esp. Ax.). Como o perfil da VOPcf varia com a etnia, é necessário o estabelecimento de valores de referência para este marcador em populações específicas. O presente trabalho pretende caracterizar o perfil da VOPcf em 4 amostras portuguesas de Almada e Grande Lisboa: 55 jovens adultos (20-28 anos de idade), 11 adultos sem diagnóstico associado (SDA) (31-51 anos), 10 adultos com Esp.Ax. (31-50 anos) e 38 idosos (67-95 anos), bem como estimar se a sarcopénia em idosos e a Esp.Ax. comprometem a saúde CV. A VOPcf foi obtida com um equipamento não invasivo e o tempo de trânsito do pulso foi obtido pelo método foot-to-foot. Duas técnicas diferentes foram utilizadas para a distância: 80% da distância carótida-femoral direta e uma recente fórmula publicada, que resultou em duas VOPcf’s distintas. Ambos os métodos de medição da VOPcf mostraram alta concordância (β1=0,997), o que corrobora a fiabilidade da nova fórmula. A amostra de jovens adultos apresentou a menor média para a VOPcf (4,78 m/s), seguida pelos adultos SDA (5,79 m/s) e os idosos (6,403 m/s), o que confirmou o aumento da rigidez arterial com o envelhecimento. Não foi possível concluir que os idosos com sarcopénia (média de 6,80 m/s) apresentavam maior risco CV (maior VOPcf) que o grupo sem sarcopénia (5,86 m/s): p-value=0,153. Também não foi possível inferir que os adultos com Esp.Ax. (6,57 m/s) apresentavam maior risco CV em comparação com o grupo de controlo (5,92 m/s): p-value=0,101. Seriam desejáveis futuras investigações de modo a obter amostras maiores

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