This dissertation inquires into the process of locating socio-musical relations and practices, pertaining to Galician Music, in the context of the International Festival of the Celtic World of Ortigueira (1978 to the present). It aims to show, first of all, that the festival itself was a result of the process of spatialization of Galician Music in post-Franco Ortigueira. This process was led and developed by the members of the Escola de Gaitas de Ortigueira, a grassroots, free of charge music school founded in 1975, made up of voluntary teachers, children, and young people from this town. Drawing on anthropologist Setha Low’s definition of spatialization as the process of "locating, both physically and conceptually, social relations and social practice in social space" (1999, 111), I argue that the initial process of spatialization of Galician Music at the IFCW (1978-1983), together with the broader process of spatialization of Galician Music in Ortigueira, produced an alternative sense of locality in Santa Marta de Ortigueira. Although pretty much absent from present-day Ortigueira, this “alternative locality” is still embedded in the collective meaning of the festival, and local Galician-music performers are struggling to maintain it. Contrasting the historical emergence of the IFCW with the present state of the festival (2011-2013), this work expounds on the changing process of spatialization of Galician Music within the IFCW, highlighting, though, its continuity as a practice of resistance.Esta tése investiga o processo de localização das relações e práticas sócio-musicais, pertencentes à música galega, no contexto do Festival Internacional do Mundo Celta de Ortigueira (IFCW) (1978 até o presente). Pretende mostrar, antes de tudo, que o próprio festival foi resultado do processo de espacialização da música galega em Ortigueira no período pós-Franquista. Este processo foi liderado e desenvolvido pelos membros da Escola de Gaitas de Ortigueira, uma escola de música de base, fundada em 1975, formada por professores voluntários, crianças e jovens deste povoado. Baseada na definição de espacialização da antropóloga Setha Low, como o processo de "localizar, tanto física quanto conceptualmente, as relações sociais e as práticas sociais no espaço social" (1999, 111), argumento que o processo inicial de espacialização da MúsicaGalega no IFCW (1978-1983), juntamente com o processo mais amplo de espacialização da música galega em Ortigueira, produziu um sentido alternativo de localidade em Santa Marta de Ortigueira. De fato, o IFCW repetiu e reafirmou a possibilidade de ser local, e diferente. Apesar de estar quase ausente da atual Ortigueira, esta "localidade alternativa" ainda está inserida no sentido coletivo do festival, e os artistas locais de música galega estão a lutar para mantê-lo. Contrastando o surgimento histórico do IFCW com o estado atual do festival (2011-2013), este trabalho aborda o processo de mudança da espacialização da Música Galega dentro do IFCW, destacando, entretanto, a sua continuidade como prática de resistência
