Alcohol consumption in the African context: contributions to a public health approach to policy decisions

Abstract

A contribuição dos problemas ligados ao álcool para a carga de doenças em África tem sido amplamente negligenciada. Devido a rápidas mudanças no contexto de vários países e a novas evidências científicas relativas a doenças atribuíveis ao álcool, tais como HIV e a incidência de TB, os problemas e carga da doença em África relacionados com o consumo de álcool podem ser maiores do que o que foi previamente estimado. Ao mesmo tempo existe pouca informação sob a forma como os países estão a gerir o consumo de álcool e as consequências ligadas a esse consumo, o que sugere que uma avaliação das políticas nacionais é necessária nesta região. O objetivo geral desta tese é o de rever as evidências relacionadas com o consumo de álcool em África e analisar as políticas do álcool existentes, contribuindo assim para a melhoria das decisões políticas relacionadas com esse consumo na região. Em particular, a tese concentra-se nos quatro objetivos específicos seguintes: I) estimar a mortalidade e morbilidade atribuídas ao álcool em África; II) identificar os fatores que podem afetar a magnitude e os padrões de consumo de álcool em África; III) avaliar as respostas políticas nacionais relacionadas com o consumo de álcool em 46 países e sua eficácia para reduzir os malefícios relacionados com esse consumo; IV) documentar as diferentes etapas e atores envolvidos no desenvolvimento de uma política relativa ao consumo de álcool num país Africano (Malawi). A investigação utilizou diferentes tipos de métodos. Os resultados mostram que o consumo de álcool tem um grande impacto sobre a carga de doença e mortalidade nos países africanos, com o álcool sendo responsável, em 2012, por 6.4% de todas as mortes e 4.7% de todos os DALYs na Região (estudo I). A nossa análise identificou sete fatores que estão intimamente ligados a possíveis mudanças no consumo de álcool em África. Impulsionada em grande parte pela globalização, a convergência potencial desses fatores é suscetível de se associar a um crescimento contínuo no consumo de álcool bem como ao aumento da morbilidade e mortalidade relacionada ao álcool em todo o continente (estudo II). Os países têm vindo a utilizar diferentes tipos de medidas de política para controlar o consumo de álcool. A avaliação dos níveis atuais de restrição das políticas existentes, mostra que os países atingiram uma pontuação média de 44,1 de 100 pontos possíveis, variando entre 9,1 (São Tomé e Príncipe) e 75,0 pontos (Argélia). De acordo com nossos resultados, os níveis de restrição das políticas existentes estão negativamente correlacionados com o consumo de álcool em consumidores atuais (rs = -.353, p = 0,005) (Estudo III). O estudo IV reflete as dificuldades e complexidade dos processos políticos e sociais na elaboração de políticas de álcool no Malawi. Apesar da influência da indústria do álcool no estabelecimento da agenda politica e no processo de consulta, o nosso estudo demonstra que as organizações da sociedade civil, quando devidamente financiadas e apoiadas, podem desempenhar um papel importante e decisivo na evolução da política do governo com vista a defesa do interesse público. As frações de mortalidade e morbilidade atribuídas ao álcool em muitos países africanos são consideráveis e, portanto, o álcool não pode ser deixado de fora das agendas de saúde e desenvolvimento desses países. Os governos africanos precisam de ter um papel mais ativo na proteção da saúde da população. Embora os países tenham adotado algum tipo de medidas de políticas para controlar o consumo de álcool, os nossos resultados mostram que há uma necessidade de uma resposta política mais forte para reduzir a carga relacionada com o consumo de álcool no continente. Finalmente, devido às dificuldades inerentes ao desenvolvimento de políticas do álcool, os governos devem considerar fortemente o aumento da participação das organizações da sociedade civil para apoiar uma direção no sentido da defesa do interesse público.Alcohol-related problems and burden of disease in Africa has been largely neglected. Due to the rapidly changing context in several countries and new scientific evidences of alcohol-attributablediseases, such as HIV and TB incidence, alcohol-related problems and burden of disease in Africa might be higher than what has previously been estimated.At the same time there is little information on the extent to which African countries are addressing alcohol consumption and alcohol-related harm, which suggests that evaluations of national alcohol policies are needed in this region.The overall aim of this thesis is to reviewevidence about alcohol consumption and analyse alcohol-related policies in Africa, thus contributingto the improvement of alcohol-related policy decisions in this region. In particular the thesis concentrates on followingfour objectives: I) estimate alcohol-attributablemortality and morbidityin Africa; II) identifyfactors that might affect magnitude and patterns of alcohol consumption in Africa; III)evaluatenational alcohol policy responses in 46 countries and their effectiveness to reduce alcohol-related harm; IV) document the different stages and actors involved in the development of alcohol policy in one African country (Malawi).The research used different type of methods. Our results show thatalcohol consumption has a large impact on burden of disease and mortality in African countries, withalcohol being responsible, in 2012, for 6.4% of all deaths and 4.7% of all DALYs in the Region(study I). Our analysis identified seven factors which are closely tied to potential changes in alcohol consumption in Africa. Driven largely by globalization, a potential convergence of these factors is likely to be associated with continued growth in alcohol consumption and alcohol-related morbidity and mortality across the continent(study II).Countries have been using different types of policy measuresto control alcohol consumption. When evaluating current policy restrictiveness, countries attained a mean score of 44.1 of 100 points possible, ranging from 9.1 (Sao Tomé and Principe) to 75.0 (Algeria). According to our results, actual policy restrictiveness scores were negatively correlated with and APC among drinkers (rs = -.353, p = 0.005) (Study III). Study IV reflects the difficulties and complexityof alcohol policy development in Malawi. Despite the influence of the alcohol industry in the agenda-settingand consultative process, when adequately resourced and supported, civil society organizations were found toplay an ximportant and decisiverole in steering policy developments in a sound public-interest direction. Alcohol-attributable fractions of mortality and morbidity in many African countries are considerable and therefore alcohol cannot be left out of countries health and development agendas. African governments need to take a more active role in protecting the public’s health. Although countries have adopted some type of policy measures to control alcohol consumption, our results show that there is a need for a strongerpolicy response to reduce alcohol-related burden in the continent. Finally, due to the inherent difficulties in alcohol policydevelopment, governments should strongly consider increasing the involvement of civil society organisations to support sound public-interest direction

    Similar works