A elaboração desta dissertação beneficiou do regime de isenção de propinas de doutoramento, no âmbito do Protocolo de Cooperação existente entre a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e o Instituto Politécnico de Leiria.A presente investigação pretende abordar algumas das mais importantes questões
relacionadas com a natureza da criação da bioarte. Procura-se circunscrever esses problemas num conceito mais abrangente –a arte criada com o auxílio de ferramentas da biotecnologia–, tendo em consideração o facto desta modalidade específica da criação artística se ter expandido para além das práticas relacionadas com o âmbito estrito das artes visuais. Assim, procedemos a
um mapeamento da natureza da bioarte tendo como objetivo demonstrar que a bioarte contribui substancialmente para o aumento do diálogo proporcionado na interação entre a arte e a ciência e que num número significativo de bioartistas a dimensão da responsabilidade social da bioarte chega a ser mais importante que a sua própria dimensão estética.
Neste contexto verificamos que a bioarte detém a capacidade de questionar e perturbar os espectadores sobre o papel das ciências e das tecnologias da vida na sociedade contemporânea e que faculta à sua audiência, simultaneamente, a possibilidade de participar no processo criativo das obras de arte num aumento do seu impacto social e das suas próprias implicações.
Verificaremos, deste modo, que a bioarte permite alargar ao publico não-especialista
determinadas questões relacionadas do âmbito das ciências da vida ajudando-o a compreender, interpretar e problematizar tais questões. Em suma, poderemos constatar que que a bioarte pode ser um veículo, em muitos casos, catalisador de uma responsabilidade social no público