As fontes literárias da Mesopotâmia, no período neo-assírio, particularmente
os anais e as inscrições reais a partir do séc. IX a.C, assim como os
baixos-relevos gravados nas paredes dos palácios desta época, reflectem um
acentuado interesse pela fauna e flora, bem como pela representação da natureza.
A Assíria constrói uma hegemonia política e militar que abrange quase
todo o Próximo Oriente antigo e que se mantém até finais do séc. VII a.C^
Os Assírios tomam contacto com uma geografia física diferente daquela que
conheciam e a sua curiosidade repercute-se na arte e na literatura. As referências
a paisagens diferentes, a espécies vegetais exóticas e a animais
invulgares, a uma natureza que impõe dificuldades à progressão dos exércitos
e, consequentemente, à expansão da ordem assíria, encontram eco numa
literatura e numa arte que têm claramente uma função ideológica e política