Contribuição para um modelo de circulação do LCR na cabeça

Abstract

Dissertação apresentada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia BiomédicaA circulação do líquido cefaloraquidiano (LCR) é de extrema importância para a compreensão de patologias importantes como a Hidrocefalia de Pressão Normal(HPN), que é causada por um desequilíbrio entre a produção e a absorção do LCR. É portanto fundamental o desenvolvimento de um modelo que abranja todo o sistema do LCR de maneira a melhorar o conhecimento do sistema e permitir tratamentos mais eficazes. A quantificação de parâmetros de fluxo de LCR medidos no aqueduto de Sylvius tem sido utilizada para indicar se o paciente sofre de HPN. Há quem defenda que valores de fluxo total (FT) superiores a 18 ml/min indicam HPN, há quem defenda que valores de volume bidireccional médio (VBM) superiores a 42 μl justificam a terapia por derivação ventricular, levando a potenciais diagnósticos contraditórios. Neste estudo pretendemos contribuir para um modelo de circulação do LCR acrescentando dados obtidos na charneira da base do crânio, para estudarmos a dinâmica de circulação no interior da caixa craniana. Como se assume que o LCR seja produzido principalmente no plexo coroideu dos ventrículos laterais e absorvido nas granulações aracnoideias, podemos verificar a quantidade de LCR que flui dentro do cérebro entre o terceiro e quarto ventrículos, no aqueduto de Sylvius, e a quantidade de LCR que flui para o espaço subaracnoideu craniano e raquidiano na charneira da base do crânio, verificando o comportamento dinâmico dos parâmetros de circulação e da onda de propagação de fluxo, controlada pelo fluxo sanguíneo que entra no crânio. Estes exames quantitativos foram obtidos com a técnica de contraste de fase, PC-MRI por Ressonância Magnética que permite uma quantificação do fluxo durante um ciclo cardíaco in vivo e sem perturbação do sistema. Verificamos que tanto o VBM como o FT diminuem com o aumento do ritmo cardíaco, diminuindo mais drasticamente o VBM do que o FT e que o pico da sistole e da diástole se aproximam com esse aumento cardíaco. Foram feitas duas medições em regiões de interesse diferentes para a charneira da base do crânio devido à dificuldade de rodear o espaço subaracnoideu exteriormente e interiormente. O resultado para a medição em redor do espaço subaracnoideu mostrou-se mais concordante com os valores adquiridos no aqueduto de Sylvius. Verificamos também que os parâmetros de circulação estão correlacionados com a área do aqueduto de Sylvius, necessitando esta relação de ser mais aprofundada em estudos futuros

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