Introdução: Alterações dos padrões de doença têm levantado questões acerca da
dignidade no fim de vida, contudo, trata-se de um conceito amplo que carece de
conceptualização. No contexto de saúde, observou-se que é multidimensional e
dinâmico. O apoio profissional é essencial para a manutenção da dignidade no fim de
vida, mas, para os profissionais de saúde, constitui um desafio.
Métodos: Revisão Scoping orientada pelos pressupostos do Joanna Briggs Institute, com
o objetivo de mapear a evidência acerca das intervenções promotoras da dignidade da
pessoa no fim de vida e suas pessoas significativas. A pesquisa nas bases de dados foi
realizada a 14 de fevereiro de 2020. A seleção dos estudos foi realizada por dois
revisores independentes. Os resultados foram analisados e sintetizados para cada
questão de revisão à luz do “Modelo de Dignidade no Fim de Vida”.
Resultados: Incluíram-se 47 estudos. Os resultados confirmam a aplicabilidade do
modelo utilizado e emergem também novas subcategorias, o “planeamento avançado
de cuidados”, as “condições ambientais”, a “relação terapêutica” e o “apoio à família”.
Foi possível distinguir-se as intervenções identificadas em diagnósticas ou terapêuticas
e específicas ou gerais. Os resultados apontam que quem implementa as intervenções
específicas deve ser dotado de ótimas competências comunicacionais e relacionais.
Vários elementos da equipa de cuidados são responsáveis pela implementação das
intervenções gerais, inclusive a pessoa e família. Identificaram-se intervenções simples
e complexas. A sua aplicação foi condicionada por características institucionais, dos
profissionais e das próprias pessoas no fim de vida e suas pessoas significativas. As
intervenções identificadas, na sua globalidade, não exigem muitos recursos, mas
intervenções de caráter psicoterapêutico exigem formação especializada. Escasseiam
estudos de aplicabilidade e eficácia, especialmente no que respeita às intervenções
gerais. Das intervenções específicas, a Terapia da dignidade (TD), a Escala de dignidade
do doente (EDD) e a Questão da dignidade (PDQ), mostraram ser eficazes na promoção
da dignidade no fim de vida.
Conclusões: Este mapeamento trouxe conhecimentos que podem ser úteis para a
realização de estudos de eficácia e para as áreas da formação (básica, intermédia e
avançada) e da gestão de cuidados, pelo que, se ambiciona que possa contribuir para a
melhoria dos cuidados prestadosIntroduction: Changes in disease patterns raised questions about dignity at the end of
life. However, it is a broad concept that needs to be conceptualized. In the context of
health it is a multidimensional and dynamic concept. Professional support seems to be
essential in dignity maintenance but still constitutes a challenge for health care
professionals.
Methods: Scoping review guided by Joanna Briggs Institute. The objective is to map the
evidence about interventions that promote dignity at the end-of-life. The databases
search was carried out on February 14th 2020. The selection of the studies counted with
two independent reviewers. The results were analysed and synthesized for each review
question in the light of the “Dignity-Conserving Model of Care” by Chochinov.
Results: 47 studies were included in the review. The results confirm the applicability of
the empirical model and other subcategories emerged: “Advanced care planning”
“Environment conditions”, “Therapeutic relationship” and “Family support”. The
interventions identified can be distinguished into diagnostic or therapeutic and specific
or generalist. Those who implement specific interventions need great communication
and relational skills. Each member of the care team may implement generalist
interventions, including the person at end of life and family. It was possible to identify
simple and complex interventions. The application of dignity interventions was
conditioned by characteristics of the person, the professional and the system. In general,
dignity interventions’ application does not require many resources but
psychotherapeutic interventions require specialized training. Applicability and efficacy
studies are scarce, especially for generalist interventions. However, Dignity therapy (DT),
Patient dignity inventory (PDI) and Patient dignity question (PDQ) have been shown to
be effective in promoting dignity at the end of life.
Conclusions: Mapping these interventions brought knowledge that can be useful for
developing effectiveness studies and for the training and care management fields. We
hope this may contribute to improve the care delivered