Neotectônica e morfogênese da região de Carolina (Ma, To), bacia do Paranaíba

Abstract

O esclarecimento das características geométrico-cinemáticas das estruturas bem como da sua evolução paleo e neotectônica como base para o entendimento da morfogênese da aqui denominada Região de Carolina, foram os principais objetivos desta pesquisa. Esta região localiza-se entre os Paralelos 6°30' e 7°30'S e Meridianos 47°00' e 48°00' WGr., com 12.000 Km2 de área, envolvendo parte dos estados do Maranhão e Tocantins, dividida ao meio pelo rio Tocantins, sendo a cidade de Carolina, na porção Centro-Sul, o principal núcleo urbano. Geologicamente, insere-se totalmente nos domínios da Bacia do Parnaíba, e no mapa geológico (escala 1:250.000) encontram-se representadas as formações Pedra de Fogo (Permiano), Motuca (Permo-Triássico), Sambaíba (Triássico), a Formação Mosquito (Juro-Triássico), e rochas Intrusivas Básicas do início do Cretáceo. O Cenozóico inicia-se com as Coberturas Sedimentares Paleogênicas, seguidas por uma seqüência de leques aluviais da Formação Rio Farinha, aqui definida, de suposta idade miocênica. No Quaternário posicionam-se as Coberturas Sedimentares Pleistocênicas e as Aluviões Holocênicas. Dentre as estruturas investigadas o Cinturão Transcorrente Tianguá-Carolina compreende feixes de falhas transcorrentes dextrais orientadas N70-80E, que interagem com falhas normais neotectônicas de direção N40-60W, compondo um mosaico de romboedros transtensivos, localmente transpressivos, concretizados na paisagem sob a forma de altos e baixos estruturais. Secundariamente ocorrem falhas transcorrentes dextrais e sinistrais com direção N50- 60E. A deformação é caracterizada por cisalharnento simples e comportamento rúptil, sendo descritos e caracterizados quatro sistemas transcorrentes e duas zonas transtensivas. O Cinturão Distensivo Tocantins-Araguaia compreende feixes de falhas normais ou oblíquas dextrais e sinistrais de orientação submeridiana, evidenciando deformação por cisalhamento simples e comportamento rúptil, subdividido em três sistemas distensivos. Foram identificados dois ciclos ou eventos de erosão que constituíram superfícies de aplainamento de idades paleogênica e neogênica, respectivamente. O relacionamento das formas de relevo com as superfícies de aplainamento e o posicionamento desses conjuntos em relação aos cinturões transcorrente e distensivo compõem arranjos de relevo que permitiram que se compartimentasse a paisagem das áreas em processo de degradação em dois Domínios Morfoestniturais, três Regiões Geomorfológicas, oito Unidades Geomorfológicas compartimentadas nos Tipos de Modelados de aplainamento e dissecação, estes identificados pela forma do topo (tabular, convexo e aguçado) e pela intensidade do aprofundamento da drenagem. As áreas com relevos em processo de agradação corespondem ao Domínio das Planícies Aluvionares onde ocorre a Unidade Planície do Tocantins. Na evolução tectônica dessa região reconhecem-se três eventos cinemáticos. O primeiro caracteriza-se por deformação em regime extensional durante o Juro-Triássico, com σ1 - 63/S35W; σ2 - 10/N85W; σ3 - 16/N12E. No segundo evento ocorreu deformação em regime extensional durante o Cretáceo Inferior, com σ1 = 68/N52W; σ2 = 17/S12E; σ3 = 12/N73E. O terceiro evento é marcado por deformação em regime transcorrente a partir do Mioceno (Neotectônica). As orientações aproximadas dos tensores foram: σ1 = 3/S55E; σ2 = 85/N38E; σ3 = 6/S35W. O principais fatores responsáveis pelo modelamento das "Mesas de Carolina", são as falhas normais neotectônicas de direção N45-50W, desenvolvidas nas áreas transtensivas produzidas pela interação entre os feixes de falhas do Cinturão Transcorrente Tianguá-Carolina; as falhas normais do Cinturão Distensivo Tocantis-Araguaia, notadamente no lado oesta da área pesquisada; a dissecação estrutural da Superfície de Aplainamento Paleogênica ao longo dos citados feixes de falhas.IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic

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