Auto-avaliação da aprendizagem: percepções de alunos e professores

Abstract

O artigo surge como consequência da tese elaborada no âmbito do doutoramento. O objectivo central deste artigo pretende questionar a auto-avaliação enquanto instrumento dirigido para o desenvolvimento da metacognição e o aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem. Optou-se por um estudo de caso focado numa turma do 1º ano do ensino superior de uma universidade moçambicana, no contexto da disciplina de Matemática. Participaram um total de 40 alunos distribuídos em dois cursos (Gestão de Recursos Humanos e Marketing e Relações Públicas), e 10 professores. Foram utilizados no estudo instrumentos de recolha de dados, fichas de autoavaliação (preenchidas em dois momentos), momentos de observação (nãoparticipante) e inquéritos por entrevista (semi-estruturada). Foram ainda analisados, alguns documentos normativos e académicos da instituição. Os resultados permitiram concluir que os alunos recorrem à autoavaliação da sua aprendizagem de uma maneira implícita e como reação ao conteúdo aprendido, mas, não como uma estratégia de aprendizagem intencional. Os alunos, recorrem a estratégias metacognitivas, sendo que o julgamento metacognitivo constituiu a modalidade mais utilizada. Verificou-se também o uso da decisão metacognitiva num pequeno número de alunos que chegaram a expressar algumas dinâmicas de carácter individual e particular consideradas necessárias para a aprendizagem. Não foram encontradas diferenças de género quanto ao uso da metacognição. De forma geral, verificou-se uma relação positiva significativa entre as estratégias metacognitivas e o desempenho académico, na medida em que os alunos, que usaram a metacognição na sua forma mais elaborada, apresentaram um melhor desempenho.The article arises as a consequence of a thesis developed within the ambit of a doctorate. The main objective of this paper is to question the use of self-evaluation as a tool for the development of metacognition and the improvement of the teaching and learning process. We opted for a case study focused on a class of first year undergraduates at a Mozambican university, in the context of the subject of Mathematics. A total of 40 students studying two courses (Human Resources Management, and Marketing and Public Relations), and 10 teachers participated in the study. Data collection instruments consisted of self-assessment forms (completed in sessions), non-participant observation and semi-structured interview surveys were used in the study. Also analyzed were some normative and academic documents of the institution. The results allow us to conclude that students resort to self-evaluation of their learning in an implicit manner and as a reaction to the content learned, but not as an intentional learning strategy. Students use metacognitive strategies, and metacognitive judgment was the most used modality. There was also the use of metacognitive decision in a small number of students who came to express some individual and particular dynamics considered necessary for learning. No gender differences were found regarding the use of metacognition. Overall, there was a significant positive relationship between metacognitive strategies and academic achievement, as students who used metacognition in its most elaborate form performed better.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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