Propriedades Psicométricas do Montreal Cognitive Assessment numa Amostra da População Portuguesa com Esclerose Múltipla

Abstract

Introdução: A Esclerose Múltipla (EM), é uma doença neurodegenerativa na qual o comprometimento cognitivo apresenta uma elevada prevalência. Assim, é importante alargar os estudos neuropsicológicos existentes a outros contextos. Objetivo: Determinar as propriedades psicométricas do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) numa amostra de doentes com EM. Método: Num estudo transversal, os dados foram recolhidos através do MoCA, Bateria de Avaliação Frontal (FAB), Teste Stroop Torga (TST), Teste de Fluências Verbais Fonémicas (TFVF) e pela Figura Complexa de Rey-Osterrieth (FCR-O) numa amostra de pessoas com EM (n = 68) e de pessoas sem doenças neurológicas diagnosticadas (n = 81). Vinte e nove sujeitos foram reavaliados com intervalo de quatro a oito semanas. Resultados: Na subamostra clínica, a consistência interna revelou-se adequada (α Cronbach = 0,75). O valor teste-reteste foi adequado (r = 0,79), com correlações moderadas nas subescalas, à exceção da orientação. Correlações moderadas com a FAB-total (r = 0,52; p < 0,01), com a FCRO-Cópia (r = 0,58; p < 0,01), FCRO-3minutos (r = 0,61; p < 0,01), FCRO-20minutos (r = 0,62; p < 0,01), TFVF (r = 0,51; p < 0,01) e com o TS-C Tempo (r = -4,48; p < 0,01) atestaram a sua validade convergente. A título preliminar, a análise da precisão diagnóstica revelou uma AUC de 0,97, sensibilidade de 95,1%, especificidade de 100% e um ponto de corte de 16,5. As pontuações do MoCA variaram com a idade e escolaridade. Conclusão: O MoCA é um instrumento válido, sensível e preciso, na avaliação do comprometimento cognitivo em sujeitos com EM. Os dados normativos apresentados neste estudo aumentam a precisão e a confiança na aplicação clínica do MoCA no contexto de instituições particulares de solidariedade social. Ainda assim, aconselha-se a replicação do estudo em amostras mais representativas. / Background: Multiple sclerosis (MS) is a neurodegenerative disease in which cognitive impairment has a high prevalence. Thus, it is important to broaden existing studies in other contexts. Aim: The present study aimed to determine the psychometric properties of the Montreal Cognitive Assessment (MoCA) in a sample of MS patients. Method: In a cross-sectional design, data were collected by using MoCA, Frontal Assessment Battery (FAB), Stroop Torga Test (TST), Phonemic Verbal Fluency Test (TFVF) and Rey-Osterrieth Complex Figure (FCR-O) in a sample of people with MS (n = 68) and without diagnosed neurological diseases (n = 81). Twenty-nine subjects were reevaluated every four to eight weeks. Results: In the clinical subsample, the internal consistency was adequate (α Cronbach = 0.75). The test-retest value was adequate (r = 0.79), with moderate correlations in the subscales, except for orientation. Convergent validity revealed moderate correlations with total FAB (r = 0.52; p < 0.01), with FCRO Copy (r = 0.58; p < 0.01), FCRO 3 minutes (r = 0, 61; p < 0.01), FCRO-20 minutes (r = 0.62; p < 0.01), TFVF (r = 0.51; p < 0.01) and with TSC Time (r = -4.48; p < 0.01). Provisional analysis of diagnostic accuracy revealed an AUC of 0.97, sensitivity of 95.1%, specificity of 100% and a cutoff of 16.5. MoCA scores varied according to age and education. Conclusion: MoCA is a valid, sensitive, and accurate instrument for assessing cognitive impairment in subjects with MS. Normative data provided in this study improve the accuracy and confidence in the clinical application of the MoCA in the context of private institutions of social solidarity. However, replication of the study in more representative samples is advised

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