No Brasil, legalmente, a única destinação adequada do Óleo Lubrificante Usado ou
Contaminado (OLUC) consiste na recuperação das propriedades iniciais e na reutilização
por meio do rerrefino. Para que isto ocorra de forma eficiente e satisfatória, todo o sistema
de logística reversa precisa funcionar. Porém, existe uma série de barreiras que
comprometem a plena realização da logística reversa do OLUC e, consequentemente, a
sua destinação adequada. Por meio de uma minuciosa revisão bibliográfica e análise
documental foram identificadas barreiras políticas (falhas na legislação, evolução das
metas de coleta, abrangência da fiscalização e destinação ilegal do OLUC), barreiras de
infraestrutura (dimensões geográficas do Brasil, infraestrutura de transporte ineficiente,
abrangência da rede coletora e quantidade e distribuição geográfica das rerrefinarias),
barreiras de mercado (incertezas na qualidade do OLUC retornado) e barreiras
socioambientais (falta de consciência sobre a logística reversa do OLUC / questões
comportamentais e sociais). Com base nas barreiras identificadas foi construída uma
Árvore de Realidade Atual (ARA), para representar a relação de causa e efeito entre as
barreiras, apontando que as possíveis raízes para a dificuldade na operacionalização da
logística reversa do OLUC são: a falta de consciência sobre a logística reversa do OLUC;
as dimensões geográficas do Brasil; e as falhas na legislação. Por fim, foi realizada uma
Análise Hierárquica de Processos (AHP) que identificou que a abrangência da rede
coletora é a barreira que mais compromete a logística reversa do OLUC, na análise de
especialistas e pesquisadores, indicando que a principal medida a ser tomada para a
melhoria da logística reversa do OLUC é a expansão da rede coletora por todas as cidades
brasileiras, com vistas a contemplar todos os pontos geradores de OLUC. Assim, este
trabalho apresenta uma importante contribuição para as pesquisas na área, pois
possibilitou estruturar o problema e assim, identificar as barreiras que comprometem a
logística reversa do OLUC, inter-relacionar estas barreiras e por fim hierarquizá-las
identificando aquelas que comprometem, com mais ou menos força, a realização da
logística reversa dos óleos lubrificantes