Objetivos: O presente estudo visou comparar a hemodinâmica central e periférica de
indivíduos treinados com exercícios resistidos intensos e corredores de endurance.
Métodos: Tonometria de aplanação da artéria radial, velocidade de onda de pulso e
medidas ecocardiográficas foram realizadas em 19 indivíduos treinados em
exercícios resistidos, 21 corredores de endurance e 29 controles saudáveis
destreinados, todos homens, pareados por idade (25 a 50 anos). ANOVA de uma via
ou Kruskall Wallis foram usados para a análise dos dados. O teste de comparações
múltiplas de Tukey foi utilizado como post-hoc após a ANOVA e o método de Dunn
após Kruskall Wallis. Dados expressos como média ± desvio padrão (mediana).
Resultados: O índice de incremento corrigido por 75 batimentos por minuto
(AIx@75%) foi menor nos indivíduos treinados em exercícios resistidos intensos do
que nos corredores de endurance e controles respectivamente [-10,8 ± 10,0 (-15.0)]
vs. [-0,6 ± 13,2 (-1.0)] vs. [1,2 ± 12,9 (1.0)], com valor de P <0.001. Corredores de
endurance por sua vez apresentaram maior razão de viabilidade subendocárdica
(SEVR%) [225 ± 32 (223)] que indivíduos treinados em exercícios resistidos intensos
[186 ± 35 (185)] e controles saudáveis [173 ± 27 (174)], com valor de P <0,001. Além
disso, corredores de endurance mostraram menor índice de duração de ejeção
(ED%) [28 ± 3 (27)] do que indivíduos treinados em exercícios resistidos intensos [32
± 4 (31)] e controles saudáveis [33 ± 3 (33)], com valor de P <0,001. A velocidade de
onda de pulso foi semelhante entre os grupos (P=0,08). Os grupos treinados
apresentaram maior massa ventricular esquerda indexada pela superfície corporal
(P <0,001). Conclusões: Indivíduos treinados em exercícios resistidos intensos
mostraram melhor amortecimento das ondas de pressão enquanto corredores de
endurance apresentaram melhor perfusão miocárdica e contração ventricular mais
eficiente