A sobreposição territorial e conflitos ambientais: o caso da Comunidade Quilombola Adelaide Maria da Trindade Batista e do Parque Estadual de Palmas - PR
Anais do Pré-Evento Interseccionalidade e Fronteiras, realizado pelo Programa de Pós-
Graduação Interdisciplinar em Estudos Latino-Americanos (PPGIELA) da Universidade
Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) em parceria com a Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC) - 18a Congresso Mundial de Antroplogia (IUAES) nos dias 12 e
13 de Julho de 2018Este artigo tem o intuito de analisar a sobreposição territorial entre a comunidade
quilombola Adelaide Maria da Trindade Batista e o Parque Estadual de Palmas-PR e suas
consequências impeditivas relacionadas ao patrimônio cultural imaterial daquela comunidade, tais
como: a etnobotânica, a culinária e as práticas curativas. Essa sobreposição de áreas quilombola e
florestal não aconteceu à toa, trata-se de um processo histórico que marginalizou essas populações
tradicionais. Para Diegues (2000), essas comunidades rurais negras são conhecidas como
populações tradicionais por desenvolverem o manejo sustentado da natureza. Conforme o mapa da
Nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil: comunidade quilombola do
Rocio (2010), observamos diversos conflitos ambientais na comunidade: desmatamento; plantio de
pinus e eucalipto; pomar de maçã; impedimento de chegada ao olho d’água São João Maria;
proibição de acesso à lenha; proibição de acesso às plantas medicinais; caça predatória; uso
excessivo de agrotóxicos; destruição de roça por animais soltos na comunidade. Tais conflitos
ambientais impedem a fluidez da relação homem-natureza na comunidade em estudo e ameaçam a
reprodução do patrimônio cultural imaterial do grupo, como as práticas de cura e de alimentação.
Esses conflitos possuem elevada complexidade, pois refletem a disputa entre políticas públicas que
em muitos casos são igualmente permitidas, porém, inconciliáveis entre s