Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto
Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política da
Universidade Federal da Integração Latino-Americana,
como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel
em Relações Internacionais e Integração.
Orientadora: Profa. Dra. Marina Machado de Magalhães
GouvêaA conquista americana se constitui enquanto produto direto da expansão econômica europeia, cujo pioneirismo transforma Portugal numa potência do século XVI. Esse expansionismo integra a América Latina à economia mundial de modo a convertê-la em provedora daqueles bens primários demandados pelos países da Europa, em especial pela Inglaterra. Assim, a conformação das economias latino-americanas é marcada pela subordinação a demandas alheias e modificação interna das relações de produção e dos interesses envolvidos, os quais geram estruturas cujas determinações essenciais estão intimamente atreladas à relação desigual que se consolida com a Europa e são próprias do capitalismo dependente. Os elementos que derivam do vínculo subalterno da América Latina determinam não somente a forma como a sociedade se organiza como também os limites e possibilidades do desenvolvimento capitalista na América Latina. Dessa forma, o presente trabalho pretende apontar alguns aspectos das leituras de Caio Prado Júnior e Celso Furtado sobre a formação brasileira e, posteriormente, contrapô-las, de modo introdutório, a algumas das interpretações da teoria marxista da dependência, cuja compreensão da realidade latino-americana parte das suas determinações essenciais, diferente daqueles dois. Assim, nos propomos a refletir sumariamente sobre o processo de industrialização latino-americana enquanto reconfiguração da dependência, cuja superação não se pode dar nos marcos do capitalismo. Recorremos ao materialismo histórico-dialético para formular esta tese.La conquista americana se constituye como producto directo de la expansión económica
europea, cuyo pionerismo transforma a Portugal en una potencia del siglo XVI. Este
expansionismo integra a América Latina a la economía mundial para convertirla en
proveedora de aquellos bienes primarios demandados por los países de Europa, en especial
por Inglaterra. Así, la conformación de las economías latinoamericanas está marcada por la
subordinación a demandas ajenas y modificación interna de las relaciones de producción y de
los intereses involucrados, los cuales generan estructuras cuyas determinaciones esenciales
están íntimamente ligadas a la relación desigual que se consolida con Europa y son propias
del capitalismo dependiente. Los elementos que derivan del vínculo subalterno de América
Latina determinan no sólo la forma en que la sociedad se organiza, sino también los límites y
posibilidades del desarrollo capitalista en América Latina. De esta forma, el presente trabajo
pretende apuntar algunos aspectos de las lecturas de Caio Prado Júnior y Celso Furtado sobre
la formación brasileña y, posteriormente, contraponerlas, de modo introductorio, a algunas de
las interpretaciones de la teoría marxista de la dependencia, cuya comprensión de la realidad
latinoamericana parte de sus determinaciones esenciales, a diferencia de aquellos dos. Así, nos
proponemos reflexionar sumariamente sobre el proceso de industrialización latinoamericana
como reconfiguración de la dependencia, cuya superación no se puede dar en los marcos del
capitalismo. Recurrimos al materialismo histórico-dialéctico para formular esta tesisThe American conquest is a direct product of European economic expansion, whose
pioneerism turns Portugal into a power of the sixteenth century. This expansionism
integrates Latin America into the world economy in order to convert it into a supplier of
those primary goods demanded by the countries of Europe, England in particular. The
conformation of the Latin American economies is thus marked by its subordination to
demands of others and internal modification of the relations of production and of the
interests involved, which shape structures whose essential determinations are intimately
linked to the unequal relationship consolidated with Europe and that is characteristic of
dependent capitalism. The elements that derive from the subaltern bond of Latin
America determine not only how society is organized but also the limits and
possibilities of the capitalist development in Latin America. In this way, this work
intends to point out some aspects of the observations of Caio Prado Júnior and Celso
Furtado about the Brazilian formation and, later, to counter them, in an introductory
way, to some of the interpretations of the Marxist theory of dependence, whose
understanding of the Latin American reality is based on its essential determinations,
different from those two. Thus, we propose to preliminarily reflect about the process of
Latin American industrialization as a reconfiguration of dependence, which cannot be
overcame in the framework of capitalism. We have used the historical-dialectical
materialism to state this thesi