Atividade física e cognição em pessoas idosas institucionalizadas: Estudo realizado no âmbito do projeto ICON

Abstract

O envelhecimento da população é um fenómeno a nível mundial que ocorre a um ritmo acelerado. O envelhecimento encontra-se associado a perdas em vários domínios, nomeadamente o cognitivo e o físico. A atividade física e o funcionamento cognitivo encontram-se relacionados, podendo ser promovidos de forma conjunta ou individual, através de diferentes estratégias que permitem melhorar a qualidade de vida ao longo do processo de envelhecimento. Este estudo insere-se no projeto Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneration (ICON-CICS, UBI) e pretende avaliar o funcionamento cognitivo, caracterizar a atividade física e analisar a relação entre estas duas dimensões numa amostra de pessoas mais velhas institucionalizadas. Participaram no estudo 91 idosos institucionalizados, com idades compreendidas entre 66 e 101 (M=82.32; DP=7.09). Os instrumentos utilizados foram o Addenbrooke Cognitive Examination-Revised (ACE-R) e o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Os resultados indicam que 26.4% dos participantes apresentam défice cognitivo e 73.6% não têm défice cognitivo, segundo o ACE-R. Verifica-se que, globalmente, os participantes apresentam baixos níveis de atividade física, 2 pessoas (2.2%) praticam atividade física vigorosa, 12 (13.2%) realizam atividade física moderada, 24 (26.4%) atividade física leve (caminhada) e as restantes 56 pessoas (61.5%) não realizam atividade física. Constata-se uma relação estatisticamente significativa entre a atividade física e alguns domínios da cognição (atenção/orientação, memória e visuoespacial). Os resultados destacam os baixos níveis de atividade física dos idosos institucionalizados e sugerem uma relação entre o funcionamento cognitivo e a atividade física, alertando para a necessidade de se estimular o movimento e exercício junto dos idosos institucionalizados, que poderá ter implicações no seu estado cognitivo.Population ageing is a worldwide phenomenon that is occurring at a rapid pace. Ageing is associated with losses in several domains, namely cognitive and physical. Physical activity and cognitive functioning are related and can be promoted jointly or individually, through different strategies that improve quality of life throughout the ageing process. This study is part of the Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneration project (ICON-CICS, UBI) and it aims to evaluate cognitive functioning, characterise physical activity and analyse the relationship between these two dimensions in a sample of institutionalized elderly people. The study included 91 institutionalized elderly people, aged between 66 and 101 (M = 82.32; SD = 7.09). The instruments used were the Addenbrooke Cognitive Examination-Revised (ACE-R) and the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). The results indicate that 26.4% of the participants have cognitive deficit and 73.6% do not have cognitive deficit, according to the ACE-R. Overall, participants present low levels of physical activity, 2 people (2.2%) practice vigorous physical activity, 12 (13.2%) perform moderate physical activity, 24 (26.4%) light physical activity (walking) and the remaining 56 people (61.5%) do not perform physical activity. There is a statistically significant relationship between physical activity and some areas of cognition (attention/orientation, memory and visuospatial). The results highlight the low levels of physical activity in the institutionalized elderly and suggest a relationship between cognitive functioning and physical activity, alerting to the need to stimulate movement and exercise among the institutionalized elderly, which may have implications on their cognitive state.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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