Desde o final de 2019, o mundo tem sido assolado pela pandemia do Coronavírus. Em
Portugal, a janela de esperança abriu-se em dezembro de 2020, com a chegada das
primeiras vacinas contra a COVID-19, que se espera representarem o princípio do fim.
A falta de conhecimento gera incerteza e, consequentemente, amplifica a necessidade de
orientação nos cidadãos, fazendo aumentar a probabilidade de incorporarem a
preocupação dos media nas suas próprias preocupações.
No contexto pandémico em que vivemos, considero relevante perceber como é que os
media hierarquizam e apresentam a informação ao público, em particular que aspetos da
realidade se destacam no texto comunicativo.
Este documento inicia-se com um relatório de um estágio curricular desenvolvido na RTP
de Coimbra, no qual são descritas as tarefas realizadas, as técnicas aplicadas, a
aprendizagem adquirida e o funcionamento do meio audiovisual, num contexto de
informação regional e de proximidade.
Seguidamente, é apresentado um estudo de caso sobre os frames atribuídos pela RTP à
temática da vacinação contra a COVID-19, nas primeiras semanas do processo em
Portugal, que confirma um fenómeno de “reframing”.
Os frames dominantes no panorama mediático são, habitualmente, temas de âmbito
social e político-partidário, mas o início da vacinação forçou um novo enquadramento, a
partir de uma nova perspetiva de saúde pública. O esperado era que, progressivamente,
os enquadramentos anteriores voltassem a ser dominantes e, de facto, observámos um
“esforço” no regresso à normalidade de enquadramentos pré-vacinação e até mesmo
antes do início da pandemia de COVID-19