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Murga, maracatu e rock: alteridades e fronteiras discursivas em processos de hibridação na música popular latinoamericana dos anos 1990/2000

Abstract

IX Congresso Brasileiro de Hispanistas realizado nos dias 22 a 25 agosto 2016Em nossa pesquisa de doutoramento desenvolvemos um estudo enunciativodiscursivo de perspectiva comparada que busca entender como, no interior de diversos campos da música popular latinoamericana dos anos 1990 em diante, se constituem discursivamente “processos de hibridação” (CANCLINI, 2003) a partir dos quais elementos vinculados a uma “tradição musical local” – isso é, inscrita a sentidos já estabilizados num campo cultural nacional e/ou regional – se reúnem a práticas que, de origem anglosaxã, passaram a incidir, dos anos 1950 em diante, sobre culturas musicais de diversas regiões do mundo. Na presente comunicação, nos centraremos numa questão enunciativa relevante para esse problema de pesquisa. AuthierRevuz sustenta que os processos de constituição do discurso não se dão apenas pelos movimentos de inclusão e filiação que nele se desenvolvem explícita ou implicitamente, mas também pelas exclusões e alteridades que nele se estabelecem. Haveria, assim, uma heterogeneidade de duas ordens: uma “radical”, o “Outro do discurso”; e outra que consistiria na “representação, no discurso, das diferenciações, disjunções, fronteiras [...] pelas quais o um – sujeito, discurso – se delimita na pluralidade dos outros [...]” (1990: 32). Nesse sentido, nosso objeto de pesquisa incita a pergunta: no interior de processos de hibridação, qual o Outro e quais as formas de explicitar uma alteridade em relação a si próprio? Nesta apresentação, exemplificaremos essa questão a partir de uma análise das heterogeneidades enunciativas em canções de Bersuit Vergarabat (Argentina) e [Chico Science &] Nação Zumbi (Brasil), bandas de rock que produzem maracatus e murgasUNILA­-UNIOEST

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