Avaliação do desempenho financeiro das empresas do setor eléctrico em Portugal

Abstract

A avaliação do desempenho financeiro do sector elétrico tem sido o foco de atenção de diversos estudos, mas existe uma escassez de literatura científica que aborde especificamente o desempenho financeiro das empresas deste sector. Assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o desempenho financeiro das empresas reguladas que operam no mercado elétrico Português. Com este objetivo em mente, propõe-se uma estrutura de modelagem que combina o uso do método de estimação Generalized Method of Moments (GMM) com a análise Data Envelopment Analysis (DEA). Este estudo centra-se no período entre 2010 e 2014, altura em que o governo português necessitou de ajuda financeira externa. O método de estimação GMM permitiu selecionar as variáveis corporativas intrínsecas, que foram então usadas para avaliar o desempenho financeiro das empresas do setor elétrico através do modelo DEA Slack Based Measure (SBM). Neste contexto, o retorno sobre o património líquido (ROE), a alavancagem (Leverage) e os fluxos de caixa sobre o total do ativo (CFTA) foram selecionados como outputs, enquanto o valor da soma das depreciações e das amortizações sobre o total de ativos (DATA) foram considerados como inputs. Os resultados sugerem que enquanto em 2010 a maioria das empresas não eficientes deveriam investir em novos ativos fixos de modo a tornarem-se eficientes, em 2014, uma percentagem expressiva de empresas não eficientes deve diminuir este tipo de investimento. Adicionalmente, em ambos os períodos, a maioria das empresas do sector elétrico não eficientes deveria aumentar o seu ROE para se tornar eficiente, destacando o papel do ROE na explicação da eficiência financeira. Em 2014, as empresas não eficientes são capazes de gerar fluxos de caixa com eficiência, uma vez que quase não são necessários ajustes em relação aos valores de CFTA obtidos por estas empresas. Por fim, a necessidade de promover a alavancagem para aumentar o desempenho financeiro é mais evidente em 2010 do que em 2014, reconhecendo que os novos investimentos feitos neste período utilizam capital alheio

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