Ritos sociológicos ou sacramentos da fé?: dificuldades e possibilidades da liturgia cristã na pós-modernidade

Abstract

O artigo presente procura responder à questão: Será que, no que se refere à administração dos sacramentos, a única resposta da Igreja – quando tanto se fala numa atitude «pastoral» – é a da «sacramentalização», mesmo quando faltam objectivamente as condições subjectivas para a sua celebração? A resposta, no essencial, vai no seguinte sentido: A liturgia cristã, particularmente nos momentos sacramentais, surge aqui como manifestação objectiva do «movimento» subjectivo da religião: continuando a ser proposta segundo o paradigma da «cristandade» ou da «civilização paroquial», é totalmente absorvida pelo fenómeno sociológico. Temos, portando, duas situações que se agudizam com a dicotomia entre fé e religião, rito e sacramento: numa, a praxis eclesial, desatenta às mutações sócio-culturais, continua a propor ritos sociológicos (pressupondo que a sociedade e a Igreja são realidades homogéneas); na outra, assimilando inadvertidamente os processos de recomposição social da religião, a Igreja deixa que a liturgia se degrade numa expressão do individualismo pós-moderno

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