Introdução: O conceito de psicose ciclóide foi
descrito pela primeira vez por Karl Kleist. Mais
tarde, Leonhard propôs a corrente conceptualização descrevendo três subtipos da doença
e Perris desenvolveu os primeiros critérios
diagnósticos operacionais. O diagnóstico de
psicose ciclóide possui uma longa tradição na
psiquiatria europeia, mas o conceito ciclóide
não está explicitamente patente nos esquemas
internacionais de diagnóstico (DSM 5 e ICD-10) suscitando um debate controverso quanto
à sua utilidade e validade.
Objetivos: O presente artigo pretende, a partir
de um caso clínico, abordar o conceito de psicose ciclóide enfatizando a sua importância à
luz da psiquiatria atual, discutindo o uso do
conceito e a sua validade clínica e preditiva.
Métodos: Os autores apresentam um caso clínico de psicose recorrente com total remissão
interepisódica e afetação funcional mínima.
Resultados e Discussão: O artigo ilustra a
importância de estarmos atentos ao diagnóstico de psicose ciclóide dado o seu prognóstico e
tratamento distinto das restantes psicoses.
Conclusão: Enquanto esta perturbação, de
incidência desconhecida, não for devidamente
explorada, mais investigação será necessária
dado o seu prognóstico favorável e a sua patofisiologia e tratamento potencialmente distintos