research

Diagnostic value of oral challenge tests with food additives or nickel sulphate

Abstract

Objectivo: O uso crescente de aditivos na indústria alimentar e farmacêutica tem dificultado o diagnóstico das reacções adversas a estes produtos. O grande desafio é, actualmente, determinar em cada doente a substância a testar. Constituiu objectivo deste trabalho a avaliação do valor diagnóstico das provas de provocação, utilizando cápsulas de aditivos alimentares ou de níquel, em doentes com suspeita, respectivamente, de intolerância alimentar ou de hipersensibilidade ao níquel. Métodos: Incluíram-se num estudo prospectivo doentes observados consecutivamente, numa consulta de alergia alimentar, num período de dois anos, com suspeita de intolerância alimentar ou de dermatite sistémica ao níquel. Após exclusão de um mecanismo de hipersensibilidade mediado por IgE e revisão dos diários de dieta, os doentes foram submetidos, durante seis semanas, a dieta restritiva em aditivos alimentares ou alimentos com alto teor em níquel. Durante o período de estudo procedeu-se ao registo das reacções adversas e medicamentos consumidos. Nos doentes com lesões de eczema efectuaram-se testes epicutâneos. Os doentes que beneficiaram da dieta restritiva foram submetidos, em regime de internamento, a provas de provocação oral (PPO), controladas por placebo, utilizando cápsulas de aditivos alimentares ou de níquel. Os aditivos foram seleccionados de acordo com a história clínica. Resultados: Dos 27 doentes submetidos a dieta restritiva, 19 (17 do sexo feminino) apresentaram melhoria clínica, pelo que foram submetidos a PPO. A ocorrência de urticária e/ou angioedema após ingestão de aditivos alimentares foi referida por 15 doentes (seis referiam sintomas também com medicamentos). Em três doentes observaram-se lesões de eczema generalizadas que foram, gradualmente, desaparecendo com a dieta restritiva em níquel. Em cinco doentes registaram-se testes epicutâneos positivos (em quatro ao sulfato de níquel e dicromato de potássio e numa doente a mistura de fragrâncias, timerosal e resina de butilfenol formaldeído). Das 25 PPO efectuadas, 14 foram positivas (metabissulfito de sódio-5, benzoato de sódio-3, sulfato de níquel-3, lactose-1, soja-1, amido de trigo-1). Numa mesma doente obtivemos 2 PPO positivas: ao benzoato de sódio e à lactose. Com a evicção específica dos aditivos ou de alimentos com alto teor em níquel, observou-se uma evolução favorável. Conclusões: As PPO permitiram o diagnóstico de dermatite de contacto sistémica, induzida pela ingestão de níquel em três doentes e de intolerância alimentar em dez, possibilitando o seguimento de dietas menos restritivas

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