Desmontada a Guerra Fria, a NATO passou a preocupar-se com a eventualidade de actuar out-of-area, assumindo um protagonismo central na
gestão de crises e em especial nas operações “other than war”. Criticada
por uns, a actuação out-of-area testemunha também, segundo outros, a
imprescindibilidade da NATO como suporte da estabilidade e da paz no
espaço euroatlântico.
A participação portuguesa, por seu turno, representa a consciência profunda de que, numa Aliança, a partilha da solidariedade implica a
partilha de responsabilidades e riscos. Um desempenho decidido por
razões de solidariedade relativamente aos parceiros na NATO, mas também por convencimento de que os Estados europeus terão de assumir acrescidas responsabilidades no domínio da segurança e defesa comuns.
Três factores contribuíram especialmente para o sucesso da participação
portuguesa: a estreita coordenação entre os responsáveis do MNE e
do MDN; a forma oportuna e arguta como foi conduzido todo o complicado processo de selecção, treino, equipamento, composição, atribuição e
sustentação das forças militares; o ambiente de íntima articulação entre
órgãos de soberania competentes que vigorou durante o processo de decisão política.
A participação de Portugal nas missões da NATO na Bósnia-Herzegovina
revelou à Aliança e ao mundo um país capaz de assumir as suas obriga-
ções e, por isso, merecedor do reconhecimento da comunidade internacional