research

Sintomas depressivos e defeito cognitivo em idosos sob resposta social do concelho de Coimbra

Abstract

Contexto: O defeito cognitivo e os sintomas depressivos são duas das condições mais prevalentes entre a terceira idade, como tal merecem especial atenção. A associação entre defeito cognitivo e sintomas depressivos não está totalmente compreendida. Objectivos: O presente estudo teve como objectivo principal estudar a relação entre os sintomas depressivos e o defeito cognitivo em idosos. Metodologia: Este estudo insere-se num projecto de investigação de caracterização clínica e cognitiva de idosos sob resposta social que se encontra a decorrer em todo concelho de Coimbra. A nossa amostra contém 383 idosos, estes foram divididos em duas subamostras: idosos com defeito cognitivo (n =133 ) e sem defeito cognitivo (n = 250). Na recolha dos dados utilizámos a Geriatric Depression Scale (GDS) para avaliar os sintomas depressivos, o Mini Mental State Examination (MMSE) para determinar a presença de defeito cognitivo, e, para verificar se os idosos simulavam as suas respostas, utilizou-se o Rey-15 Item Test. Resultados: A maioria dos idosos na nossa investigação é analfabeta ou tem o ensino básico primário (86,1%) e tem uma idade média de 80,11 (DP = 6,73). Verificou-se uma elevada prevalência de sintomas depressivos, quer entre idosos com defeito cognitivo, quer em idosos sem defeito cognitivo (70,2%). A prevalência dos idosos com defeito cognitivo, tal como foi determinado pelo MMSE, foi de 34,7%. Em contraste, a média do defeito cognitivo entre os idosos da nossa amostra foi 20,87 (DP = 6,14), sendo elevada em comparação com outros estudos anteriores. Os nossos idosos com defeito cognitivo têm, em média, mais sintomas depressivos do que os idosos sem defeito cognitivo, no entanto essa diferença não é significativa. Finalmente, encontrou-se uma correlação significativa ainda que muito baixa, entre os sintomas depressivos e o defeito cognitivo; no entanto, os sintomas depressivos não predizem o defeito cognitivo. Conclusões: As características da nossa amostra (idosos sob resposta social) devem ter contribuído para estes resultados, de onde se retira, como resultado mais importante, a grande prevalência de sintomas depressivos. Quanto ao uso do MMSE para determinar a presença de defeito cognitivo, ele não parece ser o instrumento mais indicado, especialmente entre idosos com as características dos do nosso estudo

    Similar works