Elisabete Ferreira

Manuela Maria Conceição Ferreira

Maria José de Oliveira Santos

Portuguese

Repositório Aberto da Universidade do Porto

P R O M O Ç Ã O  D E  S A Ú D E  E  E D U C A Ç Ã O  P A R A  A  S A Ú D E146Suplemento ao nº6 - Série VAtas do VI Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-Americano e de Países de Língua Oficial PortuguesaPromover a saúde sexual e reprodutiva dos jovens do ensino superior: proposta de intervenção Maria José de Oliveira Santos*, Elisabete Maria Soares Ferreira** Manuela Maria Conceição Ferreira*** Introdução: Os estudos sobre os comportamentos sexuais e reprodutivos em jovens adultos sugerem que um número significativo de jovens mantém comportamentos sexuais de risco, com consequências na saúde sexual e reprodutiva (SSR) a curto e longo prazo. Estes podem resultar numa gravidez não planeada ou aumentar o risco de aquisição de infeções sexualmente transmissíveis (IST), pelo que se devem considerar estratégias de educação para a saúde, mas também a implementação de intervenções que visem a promoção de competências pessoais e sociais.Objetivos: Sistematizar as estratégias de intervenção para promover a SSR de jovens do ensino superior, tendo por base a identificação de necessidades específicas nesta área.Metodologia: Realizou-se um estudo quantitativo, descritivo-correlacional, numa amostra de 1946 estudantes do ensino superior. Na recolha de dados foi usado um protocolo de investigação, constituído por escalas (Conhecimento e Atitude de SSR, Autoeficácia para Usar o Preservativo; Busca de Sensações Sexuais), e questões de caracterização individual e dos comportamentos sexuais e reprodutivos. Este estudo foi triangulado com um estudo qualitativo (grupos focais) para aprofundar a análise e compreensão das opções assumidas pelos estudantes. O Modelo de Promoção da Saúde (HPM) de Pender, foi usado como referencial organizativo das medidas propostas.Resultados: A maioria dos participantes (76,9%) é sexualmente ativa, tem um conhecimento mediano e uma atitude SSR favorável. Os estudantes estão expostos ao risco por não usarem o preservativo (60,5%) de forma consistente, por terem relações sexuais com parceiros ocasionais (32,0%), e pela combinação de relações sexuais com álcool (33,0%) ou drogas (9,7%). Os estudantes que se protegem mais dos riscos sexuais têm uma melhor atitude, dão maior importância aos pares, têm uma maior autoeficácia para o uso do preservativo e uma menor procura de sensações sexuais. Existe subutilização dos serviços de SSR e pouca adesão a comportamentos de vigilância de saúde, particularmente dos rapazes. A análise dos discursos dos grupos focais, confirmaram as grandes tendências observadas no estudo quantitativo. Os estudantes revelam grande preocupação com a gravidez, baixa perceção de vulnerabilidade às IST e embora apresentem um discurso favorável à utilização do preservativo, admitem muitas exceções na sua utilização, o que os deixa mais expostos ao risco. Conclusões: Com base nos resultados, podemos inferir que os estudantes do ensino superior são um grupo com alguma exposição ao risco sexual e reprodutivo. A utilização consistente e correta do preservativo é o comportamento promotor de saúde que importa consolidar, associado ao evitamento de situações de maior exposição ao risco e a uma vigilância de SSR mais regular. O Modelo HPM de Pender, ajudou a compreender a complexidade dos comportamentos de risco sexual e organizar as medidas que consideramos pertinentes para promover a mudança de comportamentos sexuais de risco, quer usando estratégias educacionais, quer organizacionais.Palavras-chave: comportamentos sexuais; estudantes ensino superior; risco; saúde sexual e reprodutivaReferências bibliográficas: Hickey, M. T., & Cleland, C. (2013). Sexually transmitted infection risk perception among female college students. Journal American Association of Nurse Practitioners, 25(7), 377-384. doi: 10.1111/j.1745-7599.2012.00791.xKann, L., Kinchen, S., Shanklin, S. L., Flint, K. H., Hawkins, J., Harris, W. A., . . . Zaza, S. (2014). Youth risk behavior surveillance-United States, 2013. Morbidity and Mortality Weekly Report. Supplement, 63(4), 1-168.Kuperberg, A., & Padgett, J. E. (2015). Dating and hooking up in college: Meeting contexts, sex, and variation by gender, partner’s gender, and class standing. The Journal of Sex Research, 52(5), 517-531. doi: 10.1080/00224499.2014.901284Pender, N., Murdaugh, C., & Parsons, M. A. (2011). Individual models to promote health behavior. In M. Connor, D. MacKnight, K. Mortimer & S. Wrocklage (Eds.), Health promotion in nursing practice (pp. 35-66). New York, NY: Pearson.*  Escola Superior de Saúde/UTAD, Enfermagem, Docente [mjsantos@utad.pt] **  Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Educação     ***  Escola Superior de Saúde de Viseu, Saúde, Professor Coordenador [mmcferreira@gmail.com]

Promover a saúde sexual e reprodutiva dos jovens do ensino superior: proposta de intervenção

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