A hiperatividade do trapézio superior, com a formação de trigger points, constitui uma alteração frequentemente encontrada em condições de dor no ombro. A diversidade de modalidades terapêuticas disponíveis torna pertinente, a revisão dos estudos efetuados na área, no sentido de tirar conclusões relativamente à sua eficácia na resolução do quadro clínico tipicamente encontrado nestas disfunções. Rever os estudos efetuados acerca dos efeitos das intervenções em fisioterapia nos trigger points do trapézio superior no quadro clínico tipicamente encontrado em condições de dor do ombro, no sentido de: 1) determinar a eficácia das técnicas para estas condições; e 2) fazer uma análise comparativa entre as diferentes abordagens.
Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica (Web of Science, PubMed, ScienceDirect e Scopus) de estudos randomizados controlados publicados entre 2009 e 2019, acerca das intervenções ma síndrome de dor miosfacial do ombro com presença de trigger points no trapézio superior em indivíduos com dor no ombro. Os artigos foram sujeitos ao levantamento dos seus dados e á avaliação metodológica de acordo com a escala PEDro.
Dezassete estudos foram incluídos na scoping review. Considerando o outcome clínico em análise os resultados da presente revisão indicam que: 1) o limiar da dor à pressão (PPT) aumenta logo após a aplicação de punção seca (PS) e também no período de follow-up após a aplicação de compressão isquémica (CI), da técnica de energia muscular (EM), do alongamento passivo (AP) e das bandas neuromusculares (BN); 2) existe uma redução da dor imediata e no período follow-up após a aplicação de CI e das BN e apenas imediatos após a inibição neuromuscular (INIT), do PNF, da EM e da PS; 3) existe um aumento da amplitude de movimento (ADM) ativa cervical imediata e no período de follow-up após a aplicação de CI, da EM e do AP, e efeitos imediatos após a aplicação de INIT, das BN, de terapia ultrassónica (US) e da PS. Nos restantes outcomes considerados (ADM passiva; incapacidade cervical e funcionalidade cervical/membro superior), os resultados são pouco consistentes. Na comparação entre técnicas, os resultados apontam para uma superioridade global da terapia manual (CI˃EM˃AP), sendo que a sua associação à PS promove efeitos significativos na dor, no PPT e na ADM ativa.
Identificou-se a eficácia das técnicas (CI, EM, AP, BN e PS) no PPT, na dor e na ADM ativa da cervical, sendo necessário mais estudos, de forma a avaliar os restantes outcomes e outras técnicas de intervenção
