Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto
Abstract
Parafraseando Pacheco (2012), o currículo está relacionado com a pergunta «que
conhecimento é mais relevante que as crianças aprendam?». Mais concretamente, é pertinente reconhecer-se
que o currículo prescrito, tal como referem diferentes autores (Diogo, 2010; Roldão, 2017), emerge como um
elemento essencial para se refletir sobre a escola e os conhecimentos que esta organização educativa procura
promover nas próximas gerações. Em consonância, o currículo prescrito encontra-se vinculado à assunção de
sentidos sociais comuns (Torres Santomé, 2017), o que, por inerência, se associa a dinâmicas de formação para
e em cidadania.
Assumindo a possibilidade de integração curricular, no 1.º Ciclo do Ensino Básico (Alonso, 2000), as
dinâmicas educativas no âmbito da cidadania apresentam-se com especial relevância (Ribeiro, 2010). Porém,
como é mencionado por vários autores (Baraldi & Cockburn, 2018; Jans, 2004; Lister, 2007), este processo não
se pode circunscrever a uma educação para a cidadania, antes precisa de se afirmar como um processo educativo
que reconhece a cidadania da infância, promovendo-a e valorizando-a, como uma dimensão transversal à
prática pedagógica (Rosales López, 2015).
Face ao exposto, com o presente texto pretende-se refletir, considerando uma análise documental dos
documentos curriculares oficiais − Aprendizagens Essenciais −, sobre o modo como a educação em cidadania
da infância é entendida no 1.º Ciclo do Ensino Básico. Para auxiliar a análise, recorreu-se ao software MaxQDA.info:eu-repo/semantics/publishedVersio