Avaliação da competência motora de crianças amblíopes e não amblíopes do primeiro ciclo

Abstract

Ambliopia refere-se ao prejuízo da visão espaço temporal uni ou bilateral durante os primeiros cinco anos de vida, podendo ser causada por qualquer condição que interfira com o foco ocular nessa idade. A consequência da não identificação e não tratamento da ambliopia precocemente pode causar prejuízo visual permanente e efeitos adversos: i) no desempenho escolar; ii), nas habilidades motoras grossas e finas; iii), na interação social e iv) autoimagem. Desta forma, a competência motora O desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais poderá ser afetado por limitações visuais, pois um pobre défice no processamento visual leva a uma diminuição depobre precisão de movimento, movimentos não coordenados e prejuízo do equilíbrio, o que poderá ter consequências futuras ao nível da manutenção de um estilo de vida saudável, visto a competência motora ser preditora da atividade física em crianças e adolescência. Esse estudo avaliou a competência motora de crianças com ambliopia e sem ampliopia. Foram avaliadas 96 crianças do primeiro ciclo, de ambos os sexos, por meio da bateria motor compentence assessment (MCA) (LUZ et al., 2016), composta por seis tarefas quantitativas (duas tarefas de estabilidade, duas locomotoras e duas manipulativas), que permite avaliar a capacidade da criança ser proficiente em uma variedade de habilidades ou ações motoras finas ou grossas. A acuidade visual foi avaliada pelo teste de Snellen (KRONBAUER, SCHOR, CARVALHO, 2008; ZAPPAROLI, KLEIN, MOREIRA, 2009). Após a avaliação da acuidade visual e da competência motora. As crianças foram divididas em 3 grupos: G1- sem ambliopia (31 crianças), G2- com ambliopia corrigida (32 crianças) e G3 – com ambliopia não corrigida (33 crianças). Foi realizada ANOVA para comparar os grupos em cada tarefa do MCA. Os resultados indicaram que houve efeito de grupo para as tarefas de estabilidade: (1) saltos laterais (p<0,001), indicando que o G3 tem desempenho inferior em relação a G1 (p=0,01) e ao G2 (p<0,001); também houve efeito de grupo para a (2) transposição de plataformas (p=0,024), indicando que o G3 tem desempenho inferior ao G1 (p=0,028), mas não entre G3 e G2 (p=0,08). Para as tarefas locomotoras: (3) salto em profundidade, não houve diferença entre os grupos (p=0,131); e para o (4) shuttle run houve diferença entre os grupos (p=0,003), indicando que o G3 tem desempenho inferior ao G1 (p=0,002), mas não em relação ao G2 (p=0,06). Para as tarefas manipulativas: (5) lançar a bola, não houve diferença entre os grupos (p=0,430); assim como não houve efeito de grupo para (6) pontapear (p=0,492). Pode-se concluir que as crianças com ambliopia não corrigida apresentam menor desempenho nas tarefas: salto lateral, transposição de plataformas e shuttle run, tarefas de estabilidade e locomotora, respectivamente, em relação as crianças sem ambliopia, indicando menor habilidade dessas crianças em tarefas em que há interação com objetos.N/

    Similar works