A secção UAciência é coordenada pelo Professor Universitário Armindo Rodrigues.[…].
O ar de qualidade é um recurso natural finito, deteriorável por via das emissões atmosféricas. Esta perda de qualidade acarreta um fardo de morbilidade e mortalidade e um consequente custo económico e social, que se vai acumulando em função das concentrações no ar ambiente e o grau e cronicidade da exposição das populações. Nessa medida, a proteção da saúde ambiental e humana exige um esforço contínuo e conjugado de controlo, monitorização e inovação tecnológica com vista à minimização das emissões atmosféricas e salvaguarda da qualidade do ar.
Nos Açores, a qualidade do ar tem desfrutado de padrões de excelência, dado o seu contexto geoespacial remoto e pequena e fragmentada dimensão territorial, separada pelo oceano, facilitando a dispersão da poluição do ar. Contudo, o cenário tem-se alterado nas últimas décadas. Segundo dados recentes da Direção Regional do Ambiente, desde 1990, as emissões de dióxido de carbono (CO₂) e metano (CH₄), gases com efeito de estufa, aumentaram em 73% e 45%, respetivamente, por causa da queima de combustíveis fósseis para produção de energia. Já a atividade agrícola, sobretudo a exploração agropecuária, contribuiu com incrementos de 82% de CO₂ e 93% de CH₄. Tal reflete a intensificação das atividades agrícolas, industriais, turísticas e tráfego associado na região, para a qual o DLR n.º 32/2012/A, de 13 de julho, já antevê a necessidade de encontrar soluções para harmonizar o desenvolvimento destas atividades socioeconómicas com a proteção do recurso “qualidade do ar”.
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