NEUROFUNCTIONAL REHABILITATION IN CHRONIC STROKE

Abstract

Objetivo: Analisar o efeito de um programa de reabilitação neurofuncional na capacidade funcional dos membros superiores e no desempenho motor de pacientes com acidente vascular cerebral crónico. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado controlado com participantes crónicos que apresentavam disfunção neuromotora após acidente vascular cerebral da artéria cerebral média, distribuídos aleatoriamente para um grupo controlo (GC) e intervenção (GI) (n=8 e n=15, respectivamente). Foi elaborado um programa de reabilitação neurofuncional de oito semanas, baseado no conceito de Bobath, composto por 16 sessões (de 1 hora cada), aplicado ao GI. Para a recolha de dados, recorreu-se a escalas de função motora, qualidade de vida, nível de atividade física e comportamento sedentário, análise 3D dos movimentos de alcançar e beber, nomeadamente das variáveis: relação linear entre articulações; tempo de movimento; média da velocidade do movimento completo; velocidade máxima atingida; suavidade do movimento. Resultados: A qualidade de vida melhorou ao longo do tempo nos grupos controlo e intervenção (F2;42 = 5,658; p = 0,019; η2 = 0,212; poder observado = 0,694). Em relação à velocidade, foram encontradas diferenças nos dois grupos (p = 0,012 vs 0,006 para GC e GI, respectivamente), mas apenas o GI apresentou melhoria na qualidade do movimento (GC: p = 0,0001). No que se refere à tarefa de alcançar, a relação linear cotovelo / mão (F3,63 = 10,32; p <0,0001; η2 = 0,329; poder observado = 0,995) aumentou ao longo do tempo para os dois grupos e diminuiu para a fase de retorno ao nível do ombro / mão (GI: p = 0,043). O tempo de movimento melhorou para o GI no movimento de alcance (total: M0: 3,18 (1,16) e M1: 2,28 (0,66) vs M3: 2,28 (0,60) p = 0,001; fase de alcance: M0: 1,98 (0,77) vs M3: 1,44 (0,47) p = 0,043; fase de retorno: M0: 1,19 (0,45) vs M3: 0,83 (0,15) p = 0,001). A velocidade máxima (anteroposterior: F2,37 = 6,37; p <0,005; η2 = 0,233; poder observada = 0,848; mediolateral: F2,36 = 6,13; p <0,007; η2 = 0,226; poder observado = 0,820) e a suavidade do movimento (GC: p = 0,012; GI: p = 0,043) aumentaram após a intervenção, independentemente do grupo. Em relação à tarefa de beber, o tempo de movimento na fase de retorno diminuiu ao longo do tempo para o GI (p = 0,012) após a intervenção e a fase de transporte para a frente apresentou um nível de significância limítrofe para aumentar ao longo do tempo para o GC (p = 0,06). A suavidade do movimento anteroposterior melhorou ao longo do tempo no GI (p = 0,040). Conclusões: O programa de reabilitação neurofuncional foi eficaz para melhorar a o comprometimento sensório-motor, velocidade, qualidade do movimento, velocidade de movimento do membro superior, tempo, suavidade e relação de deslocamento articular. Palavras-chave: acidente vascular cerebral, intervenção em fisioterapia, extremidade superior, reabilitação neurológica, biomecânica.Objective: To analyze the effect of a neurofunctional rehabilitation program in the upper limbs functional capacity and motor performance of chronic stroke patients. Methods: A randomized controlled clinical trial with chronic participants presenting neuromotor dysfunction after stroke of the middle cerebral artery, randomly assigned to a control (CG) and intervention group (IG) (n=8 and n=15, respectively), was conducted. An eight-week neurofunctional rehabilitation program, based on the Bobath concept was delivered to IG, consisting of 16 sessions (of 1h each). The motor function, quality of life, physical activity level and sedentary behavior were assessed through the application of scales, and "turning on the light" and "drinking" movements were evaluated, using three-dimensional motion capture and analysis of relevant variables: linear relationship between joint displacements (shoulder-hand and elbow-hand); movement time; mean total movement velocity; peak velocity; movement smoothness (relation between mean velocity and peak velocity). Results: The quality of life improved over time in control and intervention groups (F2;42 = 5.658; p = 0.019; η2 = 0.212; Observed power = 0.694). Regarding the speed, differences were found for both groups over time (p = 0.012 vs 0.006 for CG and IG, respectively), but only the intervention group showed improvement in movement quality (CG: p = 0.0001). Concerning the "turning on the light" task, the linear relation of elbow/hand (F3,63 = 10.32; p < 0.0001; η2 = 0.329; observed power = 0.995) improved over time for both groups and of shoulder/hand in the returning phase (IG: p = 0.043). The movement time improved for IG in the "turning on the light" movement (total: M0: 3.18 (1.16) and M1: 2.28 (0.66) vs M3: 2.28 (0.60) p = 0.001; "turning on the light" phase: M0: 1.98 (0.77) vs M3: 1.44 (0.47) p = 0.043 and returning phase: M0: 1.19 (0.45) vs M3: 0.83 (0.15) p = 0.001). The peak velocity (anteroposterior: F2,37 = 6.37; p < 0.005; η2 = 0.233; observed power = 0.848); (mediolateral: F2,36 = 6.13; p < 0.007; η2 = 0.226; observed power = 0.820) and movement smoothness (CG: p = 0.012; IG: p = 0.043) increased after the intervention, regardless the group. In "drinking" task, the movement time at the returning phase decreased over time for IG (p = 0.012) and the forward transportation increased over time for CG (p = 0.06). The smoothness of anteroposterior movement improved over time for IG (p = 0.040). Conclusions: The selected neurofunctional rehabilitation program was effective in improving upper limbs function, expressed by sensory-motor impairment, speed, movement quality, upper limb movement velocity, time, smoothness and joint displacement relation

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