A imagem corporal positiva nos mais velhos: proposta de um modelo integrativo

Abstract

Num mundo em transformação, sobretudo devido à alteração da pirâmide etária como aumento da esperança média de vida, torna-se crucial perceber as vivências destas pessoasque vivem mais nomeadamente ao nível da corporeidade. A imagem corporal comoconstructo multidimensional inclui aspetos negativos como a insatisfação corporal e aspetospositivos como apreciação corporal, perceção de aceitação do corpo pelos outros,flexibilidade psicológica corporal e alimentação intuitiva. O presente estudo tem comopropósito alargar o conhecimento científico nesta área, abrangendo aspetos positivos enegativos de imagem corporal, através de dois objetivos: primeiro, relacionado com asanálises preliminares de validação da Body Appreciation Scale (BAS-2; Tylka & Wood-Barcalow, 2015a) e o segundo analisar preditores, mediadores e efeitos da apreciaçãocorporal em homens e mulheres com mais de 65 anos. Os resultados demonstram que aBAS-2 possui uma estrutura unifatorial e boas qualidades psicométricas, sendo uma medidaviável para a população portuguesa, nomeadamente a mais velha. Relativamente ao segundoobjetivo, concluímos que o modelo proposto demonstra o papel central da apreciaçãocorporal pois é predita por perceção de aceitação do corpo pelos outros, prediz autoestima eé mediadora entre algumas variáveis. A experiência de imagem corporal nos idosos édiferente de outras faixas etárias já que a apreciação corporal não é predita pela insatisfaçãocorporal, pelo índice de massa corporal (IMC) e pela flexibilidade psicológica corporal. Paraalém disso não prediz a alimentação intuitiva e a flexibilidade psicológica e não se constituicomo mediadora entre imagem corporal negativa e positiva.Este estudo pode constituir-se como fomentador de novas pistas para a compreensãoda vivência corporal na velhice, como fonte de bem-estar e satisfação pessoal e relacional,com todas as implicações que terá ao nível social e da prática clínica

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