Existem fatores que podem ser manipulados no planeamento e periodização do treino, como
sejam, o volume e a intensidade, sendo comum referirem-se no futebol como carga de treino.
Esta pode ser dividida em externa e interna. A carga externa refere-se ao treino específico
prescrito pelos treinadores, enquanto a carga interna refere-se à resposta fisiológica individual
ao estímulo externo. A literatura conclui que, cada vez mais, os dados de carga externa são de
extrema importância para a quantificação da carga de treino de uma forma individual e
específica, e que, parece existir uma associação entre a carga externa e os indicadores
observáveis e latentes de carga interna. No entanto, a sua distribuição ao longo do macrociclo
numa equipa de elite de futebol profissional europeu não está ainda bem caraterizado. O
objetivo do presente estudo é, a monitorização e análise da modelação da carga de treino
quantificando a sua distribuição inter-microciclo (distância total, perceção subjetiva de esforço e
índice Hooper), durante 10 mesociclos do período competitivo de uma equipa de elite de futebol
profissional europeu, a fim de se verificar, se existe variação na carga de treino nos diferentes
microciclos. Participam neste estudo, 20 jogadores profissionais de futebol (média ± DP, idade,
26,2 ± 3,9 anos; altura, 183,6 ± 6,2 cm; massa corporal, 78,8 ± 6,6 kg), com a seguinte
distribuição por posição: 4 defesas centrais, 4 defesas laterais, 4 médios centro, 4 médios ala e 4
avançados. Foi utilizada a tecnologia do sistema de posicionamento global para recolha de
dados de tempo-movimento, durante os microciclos de 7 dias, registados os dados de tempo de
treino, distância total e perceção subjetiva de esforço, através da escala modificada por Foster
(1998), durante cada sessão de treino. Os dados foram analisados através do teste paramétrico
one-way ANOVA para medidas repetidas (Johnson, 1998), tenho sido verificada a esfericidade
através do teste de Mauchly. Sempre que, não se verificou o pressuposto de esfericidade,
utilizou-se o fator de correlação Epsilon de Greenhouse-Geisser (Box, 1954). Para a
identificação das diferenças foi utilizado o teste de post-doc de Bonferroni, e o nível de
significância admitido foi de p<0,05.Verificaram-se diferenças significativas na comparação do
número unidades de treino, duração das sessões, número de microciclos, impulso de treino, na
distância total média percorrida pelos jogadores entre mesociclo e na comparação da velocidade
média utilizada. Em relação, à comparação da escala de perceção subjetiva de esforço entre
mesociclos e minutos jogados pelos jogadores, não houve diferenças significativas. O Índice de
Hooper, apresentou poucas variações ao longo da época alcançando o valor mais elevado no
mesociclo 5 e o mais baixo no mesociclo 10. Dos resultados conclui-se que, apesar de se
verificarem diferenças significativas entre os mesociclos, a variação da carga de treino ao longo
da temporada para as variáveis internas e externas foi de pouca amplitude.There are factors that can be manipulated in the planning and periodization of the training, such
as volume and intensity, and are commonly referred to in soccer as a training load. This can be
divided into external and internal. The external load refers to the specific training prescribed by
the trainers, while the internal load refers to the individual physiological response to the external
stimulus. The literature concludes that, more and more, external load data are extremely
important for the quantification of the training load in an individual and specific way, and that
there seems to be an association between the external load and the observable and latent
indicators of internal load. However, its distribution throughout the macrocycle in a European
professional football elite team is not yet well characterized. The objective of the present study
is to monitor and analyze the training load modeling by quantifying its inter-microcycle
distribution (total distance, subjective effort perception and Hooper index) during 10
mesocycles of the competitive period of a European professional football elite team, in order to
verify, if there is variation in the training load in the different microcycles. Twenty professional
soccer players (mean ± SD, age, 26.2 ± 3.9 years, height, 183.6 ± 6.2 cm, body mass, 78.8 ± 6.6
kg) were included in this study. the following distribution by position: 4 Central defenses,4 Side
defenses,4 Middle center,4 Middle wing and 4 strikers. We used the global positioning system
technology will be used to collect time-movement data during the 7-day microcycle, recording
training time, total distance, and subjective effort perception through the scale modified by
Foster (1998), during each training session. The data were analyzed using the parametric oneway ANOVA for repeated measures (Johnson, 1998), sphericity has been verified through the
Mauchly test. Whenever the sphericity assumption was not verified, the Greenhouse-Geisser
Epsilon correlation factor (Box, 1954) was used. Bonferroni's post-doc test was used to identify
the differences, and the level of significance was set at p <0.05.There were significant
differences in comparison of number of training units, duration of sessions, number of
microcycles, training impulse, average total distance traveled by the players between the
mesocycle and the average speed used. In relation to the comparison of the subjective perceived
effort scale between the mesocycles and minutes played by the players, there were no
significant differences. The Hooper Index showed few variations throughout the time reaching
the highest value in mesocycle 5 and lowest in mesocycle 10. From the results it was concluded
that, although there were significant differences between the mesocycles, the variation of the
training during the season for the internal and external variables was of little amplitude.N/