Consumo de refrigerantes nas refeições principais em Portugal: Dados do Inquérito Nacional de Saúde 2014

Abstract

O excesso do consumo de açúcar simples está associado ao excesso de peso e obesidade, doenças crónicas e ocorrência de cáries dentárias. Uma parte significativa deste consumo é feita através de bebidas refrigerantes. Com o objetivo de estimar a prevalência do consumo de refrigerantes na população portuguesa com 15 ou mais anos de idade em 2014 e identificar os seus determinantes sociodemográficos foi realizado um estudo epidemiológico transversal com base nos dados do Inquérito Nacional de Saúde 2014 (INS 2014). O consumo de refrigerantes foi avaliado numa amostra probabilística, representativa da população portuguesa (n=18 128), com a questão: “Nas refeições principais que tomou ontem, consumiu refrigerantes, com ou sem gás? (Sim/Não)”. Foi estimada a prevalência do consumo de refrigerantes no dia anterior à entrevista para o total da população e estratificada por características sociodemográficas. As magnitudes das associações foram medidas pelas razões de prevalências ajustadas (RP) e os respetivos intervalos de confiança a 95%, calculadas pelo modelo de regressão de Poisson. A prevalência do consumo de bebidas refrigerantes na população portuguesa com mais de 15 anos de idade foi de 31,0% (IC95%: 30,0; 32,1%). Observaram-se diferenças regionais significativas, sendo a Região Autónoma dos Açores (48,6% IC95%: 45,3; 51,9%) a região do País com o maior consumo de refrigerantes. O consumo de refrigerantes foi mais frequente nos homens (35,2%; RP=1,20; IC95%: 1,12; 1,27), em participantes com idades jovens (15-24 anos: 56,9%; RP= 3,52; IC95%: 2,86; 4,33; 25-35 anos: 46,1%; PR= 3,23; IC95%: 2,65; 3,94 ), solteiros (47,9%; RP= 1,19, IC95%: 1,09; 1,31), em pessoas com 1º/2º ciclo do ensino básico (26,3%;PR=1,43; IC95%: 1,25; 1,63) e nos escalões de rendimentos médio (34,7%; RP=1,22; IC 95%:1,08; 1,37) e médio baixo (31,2%; RP=1,14; IC 95%: 1,00; 1,29). O conhecimento dos padrões de consumo de refrigerantes na população portuguesa os seus determinantes são importantes para promoção de alimentação saudável. Este estudo foi realizado antes de entrada em vigor da taxação das bebidas açucaradas e, consequentemente poderá auxiliar a monitorização do impacto das medidas tomadasN/

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