Duas décadas antes da publicação do “Relatório Brundtland”, a sustentabilidade ambiental
já recorria a imagens de Observação da Terra (OT), recolhidas por satélites artificiais, úteis
para meteorologia, monitorizar a poluição, desertificação, e alterações climáticas. África
deu os primeiros passos no Espaço nos anos 70. Os países africanos investiram já mais de
300M de dólares em satélites de OT, e alguns constroem os seus próprios CubeSat. Ao
contrário da Europa, nunca se materializou uma Agência Espacial que unisse esforços dos
países africanos. Muitos stakeholders de ambiente africanos usam dados espaciais, e era
importante perceber porque não fruiu ainda uma iniciativa espacial multinacional, e como
poderia semelhante cooperação servir a sustentabilidade ambiental naquela região. A
metodologia seguida aliou a pesquisa bibliográfica a um inquérito feito a entidades
africanas dos setores de Espaço e de ambiente. Na primeira fase analisaram-se as 24
iniciativas espaciais africanas. Foram classificadas segundo uma escala proposta pelo autor,
que dá primazia ao conhecimento, sobre a industrialização e orçamento. Concluiu-se que
a África do Sul, a Argélia, a Nigéria, e Egito são os maiores casos de sucesso. Sendo evidente
que as aplicações de OT têm impacto positivo na sustentabilidade ambiental, em África e noutras regiões do globo, foi realizado um inquérito (segunda fase) que obteve 95
respostas. Os inquiridos conhecem iniciativas espaciais, sobretudo não africanas, valorizam
o Espaço como resposta aos desafios da sustentabilidade ambiental, e creem ser prioritário
o conhecimento versus tecnologia. A casuística dos insucessos de iniciativas multinacionais
africanas, torna irrealista esse tipo cooperação em Espaço, e impossível de emular o
modelo da Agência Espacial Europeia. Propõe-se então, o roadmap para ajudar atores
africanos a melhor guiar os seus esforços espaciais para sustentabilidade ambiental. O
roadmap abrange boas práticas para iniciativas espaciais nacionais e multinacionais
africanas, e o desenvolvimento local de aplicações de OT. São enfatizadas as
potencialidades dos drones e das tendências “New Space”. Considera-se que os atores de
Espaço africanos poderão alcançar mais sucesso investindo na educação e em políticas de
dados abertas para a produção de informação pertinente aos stakeholders do ambiente.Already two decades before the “Brundtland” Report” was published, environmental sustainability was being served by Earth Observation (EO) images, collected by man-made satellites, and useful for meteorology, monitoring pollution, desertification and climate change. Africa took its first step into space in the 1970s. Over 700M USD have been since invested in EO satellites by African Nations, some building CubeSats on their own. Unlike in Europe, a Space Agency that would have joined African Nations’ forces never materialized. However, many environmental stakeholders in Africa use space data, and it is important to grasp why a multinational space initiative has not come into fruition, and how such cooperation could serve environmental sustainability in the region. The methodology followed combined bibliographic research and a survey made with African entities from the space and environment sectors. In the first phase, the 24 African space initiatives were analysed. This classification was made with a scale proposed by the author, which over emphasizes know-how over industrialisation and budget. Algeria, Nigeria, Egypt and South Africa were graded as the most successful. Evidence showing that EO applications can leave a positive impact on environmental sustainability in Africa and other regions in the world, a survey (undertaken in the second phase) gathered 95 responses, covering 34 of the 54 African nations. The responders were found to be knowledgeable about space initiatives, especially non-African, value space as a response to environmental sustainability challenges, and believe know-how should be a priority over technology. The underlying reasons why multinational initiatives have not succeeded in Africa, makes such type of cooperation unrealistic in space, and impossible to emulate the European Space Agency model. A roadmap is then devised to help African actors guide their space efforts towards environmental sustainability. This roadmap covers best practices for national and multinational African space initiatives, and the development of OT applications. The potential offered by drones and New Space trends are emphasized. It is considered that African space actors can achieve more success by investing in education and open data policies in order to produce information pertinent to environment stakeholders