A obesidade infantil constitui um dos maiores desafios para a saúde pública no século XXI,
atingindo proporções epidémicas. A doença é geralmente causada por um desequilíbrio
energético crónico devido a hábitos alimentares inadequados ou a comportamentos
sedentários. Para além de aumentar o risco de desenvolvimento de doenças não
comunicáveis, a obesidade conduz a uma diminuição da qualidade de vida, com impacto
direto nos sistemas de saúde e na economia. Segundo a evidência científica, o exercício
físico desempenha um papel fundamental no combate à obesidade. Para além de contribuir
para o equilíbrio do balanço energético diário, a pratica regular de exercício tem benefícios
como: a melhoria da aptidão cardiorrespiratória; a diminuição do risco de desenvolvimento
de doenças cardiovascular; redução do stress e melhoria do estado de humor; e o
proporcionamento de sensação de bem-estar, diminuindo a depressão e a ansiedade.
A prevenção é tida como a melhor opção no combate à doença, sendo necessárias respostas
compreensivas capazes de criar ambientes que estimulam a adoção de comportamentos
saudáveis desde cedo. O projeto TeenPower visa a criação de um programa para a promoção
de comportamentos saudáveis e prevenção da obesidade na adolescência, baseado na eterapia
e suportado por uma plataforma mHealth. A plataforma, denominada de plataforma
TeenPower, procura tirar partido das mais recentes tecnologias para promover a adoção de
comportamentos saudáveis junto de adolescentes. É composta por duas aplicações: uma
aplicação móvel destinada a adolescentes com idades entre os 12 e os 16 anos, que fornece
ferramentas de auto-monitorização, conteúdos educativos, potência a comunicação com
profissionais de saúde, e usa elementos de gamificação para facilitar a aprendizagem e
aumentar o envolvimento; e uma aplicação web, que permite a coordenação do programa de
intervenção, o acompanhamento da condição dos adolescentes, e a comunicação com os
mesmos.
A plataforma, cujo desenvolvimento se encontra descrito no presente documento, foi
utilizada durante as sessões de intervenção realizadas em várias escolas da região centro de
Portugal. Embora apenas 32% dos adolescentes abrangidos tenham instalado a aplicação, a
experiência foi classificada como positiva e conduziu os adolescentes à
autorresponsabilização e monitorização da sua saúde