A influência da distância cultural no IDE: o caso de Portugal como país emissor

Abstract

O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) é uma das formas que as empresas têm de internacionalização e que tem vindo, a ser cada vez mais estudada. Existem, no entanto, vários fatores que podem influenciar a opção de IDE em determinado país e neste estudo dar-se-á maior atenção à distância cultural (DC), isto porque, a cultura de uma nação tem vindo a mostrar ter grande impacto no modo como as negociações ocorrem. Existem vários modelos que medem a DC e nesta dissertação optou-se pelo mais utilizado na literatura da área, o de Geert Hofstede (1980, 1991, 2010). Foi considerado o mais antigo e também aquele que mais contribuiu para o desenvolvimento do investimento estrangeiro devido à sua dimensão. O autor subdivide a DC em seis dimensões com base nas quais procurámos perceber a influência que cada uma exerce sobre o IDE feito por Portugal nos mercados de destino. Trata-se de uma análise empírica com aplicação aos 41 países recetores de IDE Português no ano de 2013. As hipóteses foram testadas com recurso a informação secundária, por regressão linear múltipla e utilizando o software SPSS 23 (Statistical Package for the Social Sciences). Era esperado que a maioria das dimensões de Hofstede (2010) tivessem influência no IDE feito por Portugal no país de destino, assim como o índice global da distância cultural, mas apenas se comprovou que o individualismo possa exercer positivamente efeito sobre esse fluxo. A distância geográfica ao país de destino e os laços coloniais com os mesmos também têm influência na escolha do local onde Portugal efetua IDE. O estudo contribui para que essencialmente os gestores das empresas, aquando da escolha do mercado onde vão fazer IDE, possam estar atentos quanto às limitações por vezes criadas pelas diferenças culturais, promovendo um investimento consciente, rentável e duradouro

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