Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas MonizTem sido realizado um considerável número de estudos para investigar a presença de fármacos no meio ambiente, tendo-se chegado à conclusão de que estes estão largamente disseminados no mesmo, havendo fortes evidências da sua interação com diversos organismos e dos efeitos prejudiciais a que dão origem.
De entre os diversos fármacos contaminantes do meio ambiente encontram-se os estrogénios, substâncias constituintes de vários métodos contracetivos e que assumem cada vez mais importância devido ao elevado consumo na sociedade atual, sociedade na qual as questões relacionadas com a sexualidade e planeamento familiar se revelam cada vez mais importantes.
A libertação de estrogénios para o meio ambiente pode ser feita através de várias formas, principalmente através da excreção feita pela urina e pelas fezes, e através do descarte indevido de formas farmacêuticas que os contenham, como é o caso dos contracetivos orais, anéis vaginais e sistemas transdérmicos, entre outros. Apesar destas hormonas estarem presentes no meio ambiente em concentrações mínimas, existem estudos que demonstram que são suficientes para provocar efeitos adversos em humanos e animais, tornando-se essencial a adoção de medidas para controlar este tipo de contaminação. Para além da identificação da sua presença nos ecossistemas e da sua origem enquanto fonte de contaminação, é também relevante a sua quantificação e clarificação dos métodos de tratamento atualmente disponíveis