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O impacto da formação profissional e da certificação de competências das entidades do terceiro sector

Abstract

Dissertação, Mestrado, Gestão de Organizações de Economia Social, Instituto Politécnico de Santarém, Escola Superior de Gestão e Tecnologia, 2017A aprendizagem ao longo da vida apresenta-se como estratégia necessária para responder às exigências da constante adaptação do ser humano e das instituições, enquadrados num mundo global e em permanente mutação. O exercício das atividades profissionais encontra-se marcado pela exigência da constante promoção das competências do capital humano, devendo ser realçado o papel da formação profissional. As entidades nacionais certificadoras obrigam as instituições formadoras a apresentar critérios claros de qualidade, em que o ciclo formativo deve consubstanciar procedimentos com esse fim. Uma das fases mais relevantes do ciclo formativo é a da avaliação que, se bem feita, contribui para alcançar os objetivos de melhoria constante a que estas instituições se votam.Partimos do modelo proposto por Kirkpatrick (1998) para aprofundar dois momentos da avaliação da formação. O primeiro é o da avaliação da transferência, que pode ser definida como o grau em que os formandos aplicam no seu contexto de trabalho as competências apreendidas, aqui medido pelo LTSI – Inventário da Transferência da Aprendizagem. Este instrumento foi aplicado a formandos da Associação dos Trabalhadores da Administração Local, da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, da Associação de Viticultores da Região do Cartaxo e Azambuja e do Centro de Recuperação Infantil de Abrantes. O segundo é o cálculo do retorno do investimento, mais recentemente proposto, e que procura clarificar os resultados líquidos obtidos face aos custos envolvidos na implementação dos programas formativos. A metodologia do return on investment foi implementada junto dos gestores da formação das entidades referidas.Estas questões ganham ainda mais sentido no caso das organizações de economia social com certificação para desenvolver formação profissional, que defendem, geneticamente, o respeito por princípios de igualdade, não discriminação, equidade no acesso, aumento da inserção social e não exclusão, igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, etc. Para estas, nem sempre é fácil encontrar equilíbrio entre esta missão e uma realidade em que os recursos são limitados e em que, cada vez mais, filantropos, stakeholders e entidades financiadoras de projetos formativos exigem conhecer com transparência os indicadores relacionados com o impacto dos seus investimentos.Foi possível identificar, a partir dos resultados recolhidos, claros indicadores positivos de transferência e de retorno do investimento, bem como interdependência destes indicadores, das ações de formação desenvolvidas por estas entidades. Realçámos, ainda assim, a especificidade da formação direcionada para pessoas com deficiência e incapacidade, tendo proposto a implementação de metodologias de medição do retorno social – Social Return on Investment como as mais adequadas.N/

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