O Artigo relata os resultados de uma pesquisa etnográfica do comércio informal das festas populares e do carnaval de Salvador (Bahia, Brasil), a qual examinou os conceitos de formalidade/informalidade (do ponto de vista legal) e tolerância/intolerância (do ponto de vista moral). As festas populares, ditas “festas de largo”, e o carnaval diferenciam-se nitidamente, tanto no plano simbólico quanto no plano legal. Se as primeiras são o reflexo da velha Bahia, o segundo representa a modernidade e destaca-se como motor econômico do turismo baiano. Tendo em vista esses contextos específicos e opostos dos pontos de vista simbólico e econômico, são analisadas as distintas legislações do comércio informal, no âmbito das festas populares e do carnaval e a ação dos agentes públicos, na fiscalização desses distintos campos, entre 2007 e 2012. Finalmente, discute-se como o conceito de região moral, que tem demonstrado possuir poder analítico no campo da Antropologia Urbana, mostra-se produtivo, no tratamento do comércio informal, revelando as hierarquias morais da cidade.Palavras-chave: Comércio informal. Festas. Região moral