Introdução: O crescimento exponencial do futebol feminino associado ao aumento de intensidade e agressividade e à execução de movimentos explosivos aumentou consideravelmente o risco de lesão. Objetivo(s): Para um melhor entendimento da caracterização das lesões desportivas no futebol feminino é condição necessária o conhecimento dos fatores de risco intrínsecos e extrínsecos com vista à prevenção de lesões. É essencial estudar os diferentes contextos e procurar estratégias de prevenção de lesão que se coadunem com a disponibilidade e oportunidades do futebol feminino a nível nacional. Métodos: Foi realizado um estudo observacional analítico retrospetivo, tendo sido aplicado um questionário às jogadoras federadas inscritas na primeira divisão do campeonato nacional na época de 2015/2016. O questionário visava a caracterização das atletas, da atividade, do contexto e das lesões. A presença de lesão foi utilizada como variável de divisão das atletas. Foi também aplicado um questionário aos treinadores para verificar a sua perceção do contexto em estudo. A análise estatística foi realizada através do software IBM SPSS Statistics® versão 23, com um nível de significância de 0,05, sendo que foram utilizadas as frequências absoluta e relativa, média e respetivo desvio padrão, o teste e o teste Qui-Quadrado. Resultados: Das 121 respostas ao questionário, 74 jogadoras sofreram lesões, tendo sido contabilizadas um total de 105. Os locais mais afetados são o joelho, a anca/coxa e o tornozelo. Os treinadores não apresentaram respostas concordantes com as atletas no que se refere ao número de lesões, e de um modo geral aplicaram métodos de prevenção de lesão durante a época. Conclusão: O tipo e local anatómico de lesão são condizentes com a informação expressa noutros estudos, quer no futebol feminino, quer no masculino. No entanto, as condicionantes anatómicas das mulheres potenciam as lesões ligamentares que necessitam de estratégias de prevenção adequadas