Abstract

Sempre com o tema geral que orienta esta publicação, artistas a escreverem sobre outros artistas, este número 15 da revista Estúdio reuniu 17 artigos que, no seu conjunto, permitem alguma reflexão. Percebem-se, na textura das obras e dos criadores visitados, regularidades nos sentidos pesquisados e propostos. Observa-se que o assunto que ocupa os criadores se baseia numa autorreferencialidade questionadora: a arte interroga o seu próprio tecido, os seus dispositivos de legitimação, as suas convenções de disseminação, os seus cânones. Brian O’Doherty (2002) enunciou o questionamento da ideologia nos espaços de apresentação, trazendo para a discussão um suporte e uma perspetiva teóricas que, de alguma forma, permitiu compreender o enredo de algumas iniciativas conceptuais e pós conceptuais. Por seu lado, Rosalind Krauss (1979) criticou as delimitações dos espaços e dos suportes ao caracterizar o “campo expandido.” O alargamento do campo pode também incluir o seu sentido. Os artigos agora reunidos transportam algumas dessas inquietações, atualizando-as. Percebe-se que os criadores observam o campo da arte com uma intencionalidade atenta e crítica, acrescentando pontuações aos consensos, quebrando-os, não de modo gratuito, mas de modo essencial. Cria-se sentido. Neste fascículo alargamos as referências descentrando o discurso sobre os artistas, dando a palavra aos artistas. As referências, regularidades observadas indicam-nos um campo em expansão, comprometido no questionamento de suportes, convenções, deslocamentos, derivas, topografias, plataformas de interação e respetivas transgressões. O risco corre no Estúdio, atravessa as paredes, e traça um propósito fundamental, a emergência fora do centro.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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