Reconstrução esofágica : revisão teórica a propósito de três casos clínicos

Abstract

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2020Na reconstrução esofágica, em primeiro lugar, recorre-se à criação de um conduto a partir do estômago, contudo esta, nem sempre, é uma opção viável. A segunda opção mais utilizada é um segmento pediculado de cólon. No entanto, devido às características do cólon, esta reconstrução acarreta maior morbilidade e mortalidade, estando frequentemente associada a um maior número de deiscências anastomóticas e redundância do interposto cólico. Com o desenvolvimento da cirurgia microvascular, tem-se vindo a utilizar um segmento de jejuno pediculado complementado por uma anastomose microvascular. Esta cirurgia está associada a uma maior complexidade técnica, implicando um maior tempo operatório. Contudo, a menor frequência de patologia intrínseca do jejuno, a sua disponibilidade e manutenção do peristaltismo apresentam-se como vantagens na sua utilização. Quer por falência da reconstrução esofágica ou cirurgias abdominais prévias, pode não ser possível fazer a reconstrução com segmentos do trato gastrointestinal. Nestes casos, está descrita a utilização de retalhos cutâneos ou miocutâneos, os quais apresentam uma maior tolerância à isquemia e menor complexidade cirúrgica. Contudo, não possuem peristaltismo, estando associados a um maior grau de deiscências e estenoses. Após as reconstruções, a diminuição da perfusão condiciona complicações isquémicas que podem pôr em causa a viabilidade do segmento. Assim, tem vindo a ser utilizada a angiografia de verde de indocianina no intraoperatório, com o objetivo de avaliar o suprimento sanguíneo do órgão utilizado e otimizar a anastomose. Neste trabalho, é feita uma revisão da literatura sobre as opções para a reconstrução do esófago, e são apresentados três casos clínicos em que as reconstruções esofágicas necessárias seriam complexas.The first line of esophageal reconstruction is a gastric pull-up. When the stomach is not available, a pedicled colon flap could be used. This option is associated with some morbidity and mortality, as well as anastomotic leakage and colon redundancy. Recent advances in microvascular surgery allowed the use of a supercharged microvascular jejunal flap. However, this is a more technical complex surgery with a longer operating time. The jejunum has less intrinsic pathology, is readily available and this conduit may maintain the peristalsis. When previous attempts of esophageal reconstruction had failed or there is a history of abdominal surgery, these gastrointestinal conduits may not be an option. In these cases, it has been described the use of a skin flap or a myocutaneous flap. These flaps are more tolerable to ischemia and the surgery is less complex. However, they don’t have any peristaltic movement and anastomotic leakage and stenosis are frequent complications. The perfusion impairment of the anastomotic sites can cause the loss of the conduit. To prevent ischemic complications, the indocyanine green angiography has been used intraoperatively. This technique allows the assessment of organ perfusion and optimization of the anastomotic site. This work presents a literature review about esophageal reconstruction techniques and three esophageal reconstruction clinical cases

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