A comparação das orações relativas resumptivas em chinês e em português europeu

Abstract

O chinês é uma língua peculiar em termos de orações relativas, porque línguas de SVO como, por exemplo, o inglês e o português, têm orações relativas de núcleo inicial, isto é, os antecedentes precedem as relativas. O chinês, porém, apesar de ser uma língua SVO no domínio da frase, é uma língua de núcleo final no domínio do sintagma nominal. Para além disso, o chinês, diferentemente do português, não tem pronomes relativos e o elemento que introduz as orações relativas é a partícula de, um morfema usado em todas as construções de modificação de nome. Por isso, há estudos que assumem que o chinês não tem orações relativas. Assume-se neste trabalho que o chinês tem, efetivamente, orações relativas e que a partícula de quando ocorrem nelas é um complementador. Depois de esclarecer este problema, assumir-se-á subsequentemente que há no total, três estratégias centrais para as orações relativas em chinês, a saber, a estratégia canónica, a estratégia resumptiva e a estratégia cortadora. A estratégia canónica envolve vazios e pode ocorrer em todas as posições. A estratégia resumptiva aplica-se a posições de OI, OBL e GEN. A estratégia cortadora é marginal e apenas se aplica na posição de OI. As relativas formadas por estratégias distintas têm propriedades diversas entre si. Irei focar-me na estratégia resumptiva em chinês. Constata-se que as relativas resumptivas em chinês exibem comportamentos idênticos aos das relativas resumptivas em português e que a única diferença é a sensibilidade a efeitos de ilha. Conclui-se que a operação de Agree se encontra envolvida nas relativas resumptivas em chinês, mas não em português.Chinese is a unique language in terms of its usage of relative clauses. The word order in the sentence is usually related to the order between the antecedent (i.e., the head of the relative clause) and the relative clause. In SVO languages such as English and Portuguese, the antecedents are considered to be head-initial. However, in Chinese, which is also a SVO language, the NP/DP domain is head-final. In addition, Chinese does not have relative pronouns, which are usually essential to form a relative clause. Instead, Chinese relative clauses are introduced by the particle de, which is shared by all the other noun-modifying clauses. That is to say, relative clauses in Chinese have the same structure as noun-modifying clauses. It is specifically for that reason that some authors have claimed that there are no relative clauses in Chinese. It will be proposed in this study that Chinese indeed have relative clauses and in these cases, the particle de functions as a complementizer. Having this in mind, It’s assumed further that there are three core strategies to form relative clauses in Chinese: the canonic, the resumptive and the chopping strategies, respectively. Relative clauses formed by the canonic strategy can occur in any position. The resumptive relatives occur in the IO, OBL and GEN positions. And the chopping strategy, which is marginal in Chinese, only goes with the IO position. Relative clauses formed by different strategies have different properties. Here the focus is on the resumptive relative clauses in Chinese, and making a comparison of it to European Portuguese. The key observation is that the only difference between Chinese and Portuguese relative clauses is when they occur in an island. That is, Chinese resumptive clauses are sensitive to island constraint while Portuguese resumptive clauses are not. It’s concluded in the end, under the Minimalist Program, that the Agree occurs in Chinese resumptive relative clauses but not in Portuguese resumptive relative clauses

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