O papel dos pais na alimentação dos filhos : práticas parentais de autorregulação da ingestão alimentar, preocupação e perceção do peso da criança e regulação emocional

Abstract

Dissertação de mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde - Psicologia da Saúde e da Doença), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2020O número de crianças com excesso de peso tem vindo a aumentar em todo o mundo. É nos primeiros anos de vida que a criança desenvolve os seus hábitos alimentares, que tendem a persistir na vida adulta. Os pais têm um papel importante na construção destes hábitos, nomeadamente através das práticas alimentares que utilizam. Estudos anteriores focaram-se nas práticas de controlo, o presente estudo tem como foco as práticas alimentares que promovem a autorregulação alimentar e os seus determinantes como a perceção e preocupação com o peso da criança e a possível interferência da autorregulação emocional dos pais. O presente trabalho tem como objetivos caracterizar o recurso a práticas alimentares promotoras da autorregulação alimentar na criança e estudar as relações entre perceção e preocupação com o peso da criança, a regulação emocional parental, as práticas parentais de autorregulação alimentar e os hábitos alimentares das crianças com idades pré-escolares. Foi realizado um estudo quantitativo cuja amostra foi constituída por 101 pais de crianças dos 2 aos 6 anos e utilizado um Questionário Sociodemográfico, Questionário sobre Hábitos Alimentares, Registo do Peso e Altura dos pais e crianças, Escala de Regulação Emocional Parental, Escala de Práticas Promotoras da Autorregulação da Ingestão Alimentar da Criança e Escala de Perceção e Preocupação com o Peso da Criança. Foi encontrada uma associação negativa entre as Práticas de Ensino de Autorregulação Alimentar e o Consumo de Alimentos não Saudáveis, uma associação positiva entre todas as Práticas e o consumo de legumes e entre as Práticas de Ensino e de Dar Opções de Alimentos Saudáveis com o consumo de frutas. Verificaram-se ainda correlações significativas entre a Orientação para as Emoções da Criança e todas as Práticas. Estes resultados reforçam a necessidade de desenvolver intervenções que conduzam à utilização de práticas que promovam autorregulação alimentar dos filhos tornando-os conscientes da sua influência.The number of overweight children has been increasing worldwide. It is in the early years of life that the child develops its eating habits, which tend to persist into adulthood. Parents have an important role in building these habits, namely through the eating practices they use. Previous studies focused on control practices, the present study focuses on parental practices that promote eating self-regulation and its determinants such as perception and concern about the child’s weight and the possible interference of parents’ emotional selfregulation. The present work aims to characterize the use of feeding practices that promote children’s eating self-regulation in children and to study the relationship between perception and concern with the child’s weight, parental emotional regulation, parental feeding practices to promote preschool children’s eating self-regulation and healthy habits. A quantitative study was carried out with a sample of 101 parents of 2 to 6 years old children. We used a Sociodemographic Questionnaire, a Questionnaire on Eating Habits, a Record of Weight and Height of parents and children, a Parent Emotion Regulation Scale, a Parental Promotion of Children’s Intake Self-Regulation Scale and a Perception and Concern about Child’s Weight Scale. A negative association was found between the Food Intake Self-Regulation Teaching and the Consumption of Unhealthy Foods, a positive association between all parenting practices and the consumption of vegetables and between the Food Intake Self-Regulation Teaching and Giving Healthy Food Options with the consumption of fruits. There were also significant positive correlations between the Orientation for Children's Emotions and all feeding practices. These results reinforce the need to develop interventions that lead to the use of practices that promote children’s eating self-regulation by making them aware of their influence

    Similar works