Lagos dos Descobrimentos: contributos para a delimitação do núcleo primitivo da cidade e sua expansão extramuros até 1550

Abstract

Na arqueologia urbana, a cartografia antiga é uma das fontes de conhecimento mais ricas, que desempenha um papel particularmente importante no auxílio da compreensão, interpretação e explicação do uso dos espaços ao longo dos séculos; porque a cidade, que se pretende investigar, tem uma estratigrafia histórica. Deve-se lembrar, porém, que uma leitura incorreta das fontes cartográficas pode induzir ao erro no momento de reconstruir ou inter- pretar o passado urbano. A conjugação da cartografia histórica (relevante para a interpretação dos achados arqueológicos) com a arqueologia permitiu uma reconstituição e interpretação dos processos evolutivos das transformações físicas de Lagos, ao longo do tempo; bem como apre- sentar uma cronologia mais rigorosa para essa evolução. Porém, para que a cartografia sirva aos estudos históricos e arqueológicos é preciso saber muito bem quais os objetivos que levaram a realizar um determinado desenho e quais as diferentes finalidades. Por isso, deve-se indagar sobre o contexto histórico em que os registos foram produzidos e tentar responder às seguintes questões: Por quem foi desenhado? Para quem? Porquê? Para quê? O que consta represen- tado? O que falta representar e que a arqueologia pode ajudar a desvendar? O investimento municipal na requalificação do núcleo primitivo e dos equipamentos municipais nele localizados, alguns deles integrando tramos da muralha e torres, junto com o investimento privado na reabi- litação de edifícios, tem resultado numa profiqua intervenção arqueológica. A conjugação dos dados arqueológicos com os testemunhos escritos e com a cartografia antiga permite conhecer melhor a fortificação e a orgânica urbana medieval e caracterizar a evolução urbanística

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