Depois de apresentarmos uma caracterização geral da estrutura da população
estrangeira no concelho de Leiria (ponto 1), com recurso a dados do INE, e de
percebermos como ela se reflete num agrupamento de escolas da cidade de
Leiria, solicitámos informação sobre a heterogeneidade cultural do referido
agrupamento. Numa primeira resposta, a secretaria fez-nos chegar um documento
com todos os ciclos de ensino e, na frente, o n.º de imigrantes, sem
qualquer identificação de proveniência ou nacionalidade. Contudo, abriram
uma categoria para o grupo “etnia” e outro para as “NEE” (Necessidades Educativas
Especiais).
Só numa segunda abordagem, e sem utilizar quaisquer moralismos ou críticas
sociopedagógicas relativamente à arrumação da diversidade cultural efetuada
pelos serviços e direção do agrupamento, solicitámos que nos facultassem a distribuição por nacionalidades e grupos étnicos. As respostas são sistematizadas
em quadros no ponto 2 e mostram daltonismo cultural perante o que é
a diferença cultural e a diferença entre os filhos de imigrantes distintos. Por
outro lado, esse entendimento da diversidade cultural, algo controverso, alimenta
e gere projetos de trabalho social e mediação sociopedagógica que
consideramos patologizadores, na medida em que a diferença parece ser tratada
como deficiência (ponto 3, 4 e 5 do texto)