O que pensam da terapia pessoas que nunca foram ao psicólogo? Um estudo sobre crenças e reciprocidade

Abstract

Dissertação de Mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Psicologia Clínica e da Saúde - Psicologia Clínica Sistémica), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2020Segundo a Organização Mundial de Saúde quatro das dez principais causas de incapacidade em todo o mundo são devido a perturbações mentais ou comportamentais. Em Portugal 1/5 dos seus habitantes sofre de uma perturbação psiquiátrica. Com a saúde mental a aparecer como uma necessidade, o presente estudo tem como objetivo identificar crenças, expectativas, fatores de motivação e de retração relativamente à terapia e à relação terapêutica em indivíduos que nunca tiveram contacto com um contexto terapêutico. Foram feitas entrevistas semiestruturadas, aplicadas a 8 participantes (4 do sexo masculino, 4 do sexo feminino), com uma média de idades de 37 anos e posteriormente foi realizada uma análise temática com recurso ao programa NVivo12. Os resultados sugerem que, embora haja um reconhecimento crescente pelo trabalho do psicólogo, existe ainda um grande espaço entre as perceções (aquilo que julgam ser a terapia) e as preferências (aquilo que gostavam que fosse) dos participantes desta investigação, os quais tendem a considerar a terapia como uma opção pouco viável para dar resposta a possíveis necessidades futuras.According to the World Health Organization, four of the top ten main causes of disability worldwide are due to mental or behavioral disorders. In Portugal 1/5 of its population suffer from a psychiatric disorder. With mental health appearing as a necessity, the present study aims to identify beliefs, expectations, motivation and withdrawal factors regarding therapy and the therapeutic relationship in individuals who have never had contact with a therapeutic context. Semi-structured interviews were carried out, applied to 8 participants (4 males, 4 females), with an average age of 37 years, and subsequently a thematic analysis was performed using the NVivo12 program. The results suggest that, although there is a growing recognition for the psychologist's work, there is still a large gap between the perceptions (what they think the therapy is) and their preferences (what they would like it to be), of the participants in this investigation, which they tend to consider therapy as a poorly viable option to meet possible future needs

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