Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2017Objectivo: Este estudo analisa a prevalência, durante um mês, da depressão e sintomas depressivos e a sua associação com fatores de risco sociodemográficos, nos utentes dos cuidados de saúde primários do concelho de Almada. Métodos: Usou-se dados dos utentes dos cuidados de saúde primários de Almada recolhidos da base de dados do ACES Almada Seixal. O instrumento de diagnóstico utilizado neste estudo para a identificação de casos foi o International Classification of Primary Care, Second edition (ICPC-2), especificamente os códigos "P76: Perturbação Depressiva" e "P03: Sensação de depressão". Resultados: A probabilidade de ser afetado por depressão ou sintomas depressivos é aproximadamente 3,21 vezes superior nas mulheres do que nos homens. No que diz respeito à idade, as taxas de prevalência mais baixas e mais elevadas de depressão são observadas entre as pessoas com 0-17 anos de idade e 40-64 anos, respectivamente. Os utentes entre os 40 e 64 anos têm uma probabilidade cerca de 2,21 vezes superior de ter depressão ou sintomas depressivos, em relação às restantes faixas etárias. Não se identificou uma associação estatisticamente relevante entre o tipo de unidade de cuidados de saúde primários (USF ou UCSP) e a prevalência de depressão ou sintomas depressivos. A probabilidade de ter depressão ou sintomas depressivos no grupo dos utentes com médico de família atribuído é cerca de 2,24 vezes superior à dos utentes sem médico de família atribuído. Conclusão: Em relação à distribuição por grupo etário e sexo, os padrões descobertos neste conjunto de dados são consistentes com as taxas de prevalência relatadas anteriormente noutros países ocidentais. No que diz respeito à relação entre a prevalência de depressão e sintomas depressivos e a atribuição de médico de família aos utentes, esta demonstrou ser altamente significativa.Objective: This study reports the one-month prevalence of depressive disorder and depressive symptoms and its association with sociodemographic risk factors, in Almada’s primary health care population. Method: Almada’s primary care users' data were collected from the ACES Almada Seixal database. The diagnostic tool used in this study for the identification of cases was the International Classification of Primary Care, Second Edition (ICPC-2), specifically the codes "P76: Depressive Disorder" and "P03: Feeling Depressed". Results: The odds ratio of depression and depressive symptoms for women compared with men is about 3.21. Concerning age, the lowest and highest rates of depression are seen among people with 0-17 years old, and 40-64 years old, respectively. The odds ratio of depression and depressive symptoms for people with 40—64 years, compared with other age groups, is 2.21. There was no relationship between the prevalence of depressive disorder and depressive symptoms and whether the patient was followed in a USF or in a UCSP. The odds ratio of depression and depressive symptoms for people with a fixed primary health care physician, compared with users without a fixed primary health care physician is 2.24. Conclusion: Concerning the distribution by age group and gender, the patterns uncovered in this dataset are consistent with previously reported prevalence rates for other Western countries. The relationship between the prevalence of depression and depressive symptoms and the attribution of family doctor to the users is highly significant