D. João I trazia em mente, pelo menos desde 1409, a realização de uma grande empresa militar na qual pudesse armar os seus filhos cavaleiros. Os preparativos começaram a partir de 1411, intensificando-se após o Conselho Régio de Torres Vedras, realizado em julho de 1414.
Anunciada a partida da armada para o São João de 1415, coube ao rei garantir a organização da mesma, apetrechando-a de navios com artilharia e armas, o que fez a partir de Lisboa, de onde sairia para Ceuta. Também para a cidade de Lisboa concorreriam os homens, os produtos e os esforços de todo o reino, além da prata e do cobre recolhidos, bem como dos alimentos necessários aos homens que preparavam a empresa, incrementando-se, ao mesmo tempo, os trabalhos nas taracenas.
Conquistada a cidade islâmica, pôde o monarca português armar os seus filhos cavaleiros, tendo o feito contribuído também para legitimar o reino e o primeiro rei da nova dinastia de Avis, percurso iniciado anos antes em Aljubarrota, assim como reforçar o prestígio e o poder de Portugal no seio da Cristandade e, sobretudo, no contexto ibérico.info:eu-repo/semantics/publishedVersio