Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, 2020, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia.Ao longo dos séculos, o uso de armas químicas tem feito parte da evolução do ser humano. Acompanhando a inovação tecnológica, tem sido vasto o desenvolvimento de novos agentes químicos, mais eficientes e letais. Da mesma forma, também a produção de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) e de diferentes tipos de armamento se foi revelando essencial na denominada “Guerra Química”.
São vários os momentos da História em que se recorreu aos agentes químicos, especialmente em contexto bélico, como são os casos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e da Guerra Irão-Iraque (1980-1988), mas também em situações de terrorismo, como se verificou em Matsumoto (1994) e em Tóquio (1995), através das ações do grupo Aum Shinrikyo.
Tendo em conta o risco que este tipo de armas apresenta para a saúde da população devido aos seus efeitos nefastos, e também o seu baixo custo e facilidade de produção, torna-se pertinente estudar os vários tipos de agentes e as suas características principais e determinar o contexto das diversas utilizações. É ainda importante perceber a legislação que regulamenta o seu uso e os vários métodos de deteção e proteção que têm vindo a ser desenvolvidos ao longo dos anos.
Desta forma, estes temas são abordados ao longo do presente trabalho, dando especial ênfase aos Agentes Neurotóxicos, pois são considerados os mais letais, para além de serem aqueles que mais continuam a ser usados no contexto atual. Dentro deste grupo, será dado destaque ao novo agente neurotóxico denominado de “Novichok”, que tem sido utilizado várias vezes nos últimos anos, particularmente em situações do denominado “Terrorismo patrocinado pelo Estado”, como é o caso do ataque ao antigo espião russo Sergei Skripal e à sua filha Yulia, em 2018.
São ainda abordadas as perspetivas futuras em relação a um possível uso de armas químicas em contexto militar, mas especialmente em situações de ataques terroristas, tendo em conta eventos recentes, como é o caso do uso de gás mostarda na Síria em 2015, por parte do Estado Islâmico.Over the centuries, the use of chemical weapons has been part of the human being evolution. Following the technological innovation, the development of new chemical agents, more efficient and lethal, has been vast. Likewise, the production of Personal Protective Equipment (PPE) and different types of weaponry proved to be essential in the so-called “Chemical War”.
There are several moments in History when chemical agents have been used, especially in a warlike context, such as the First World War (1914-1918) and the Iran-Iraq War (1980-1988), but also in terrorism situations, as was the case in Matsumoto (1994) and Tokyo (1995), through the actions of the Aum Shinrikyo group.
Taking into account the risk that this type of weapons poses to the population’s health due to its harmful effects, as well as its low cost and ease of production, it becomes crucial to study the various types of agents and their main characteristics and determine the context of the various uses. It is also important to understand the legislation regulating their use and the several methods of detection and protection that have been developed over the years.
Thus, these themes are adressed throughout this project, giving special emphasis to Nerve Agents, as they are considered the most lethal, in addition to being those that continue to be used the most in the current context. Within this group, emphasis is given to the new nerve agent called “Novichok”, which has been used several times in recent years, particularly in situations of the so-called “State Sponsored Terrorism”, such as the attack on the former Russian spy Sergei Skripal and his daughter Yulia, in 2018.
Future prospects about possible use of chemical weapons in a military context, but especially in situations of terrorist attacks, are also adressed, taking into account recent events such as the mustard gas use in Syria by the Islamic State, in 2015
